Estudo Teológico 2014

TEOLOGIA SISTEMÁTICA

Introdução
Essa disciplina tem como objetivo introduzir o aluno no campo da Teologia, e oferecer-lhe oportunidade de um contato com alguns dos temas da Teologia Sistemática, seja como transmissão dos seus postulados (princípios, fatos) básicos, seja na reflexão sobre os mesmos e sua importância para o Cristão e para a Igreja Evangélica hoje.

 

Definição Teologia


“Teologia representa um dos empreendimentos humanos costumeiramente qualificados de ‘científicos’, que têm por finalidade perceber um objeto (respectivamente uma área definida) como fenômeno, compreendê-lo em seu sentido e interpretá-lo quanto ao alcance de sua existência – e isso dentro do caminho indicado pelo próprio objeto em questão. O termo teologia parece indicar que em seu âmbito, por ser ciência específica, se trate de perceber, de compreender e de interpretar a Deus”. (Karl Barth, Introdução à Teologia Evangélica, Ed. Sinodal, p. 5).
O termo Teologia é composto por duas palavras gregas: Theos = Deus+ Logos = Palavra, estudo, tratado.
Embora não encontremos nas Escrituras a palavra teologia, mesmo sendo ela composta por dois termos gregos familiares, é bíblica em seu caráter.
A Teologia Sistemática é aquela que segue um esquema ou uma ordem humana de desenvolvimento doutrinário e que tem o propósito de incorporar no seu sistema toda a verdade a respeito de Deus.
Objetivo da Teologia
“A coleção, o arranjo lógico, a comparação, a exposição e a defesa de todos os fatos de todas as fontes com respeito a Deus e Suas relações com o Universo” (Paul Davidson, Vol. I, p. 2).
“O papel da Teologia como ciência não é criar fatos, mas descobri-los e apresentar a relação deles entre si. Os fatos com que lida a Teologia estão na Bíblia” (Paul Davidson, idem).
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A Necessidade de uma Teologia
Devido ao instinto organizador da mente humana;
A importância da verdade sistematizada para o bom desenvolvimento do caráter cristão;
Na relação que há entre o conhecimento correto da doutrina e o testemunho da Igreja de Cristo (I Pedro 3:15);
Defesa e propagação do Cristianismo;
No fato de haver nas Escrituras, exortações diretas e indiretas a esse respeito (Jô 5:39; Cl 1:27 – 28; Ef 4:11 – 16; 2 Tm 2:15).
A possibilidade da existência da Teologia está:
No fato da existência de Deus e Suas relações com o mundo que criou;
No fato da mente humana ser capaz de conhecer a Deus e compreender os seus mandamentos;
Por ter Deus providenciado meios pelos quais Ele se torna conhecido ao intelecto humano, isto é, ter feito uma revelação, sobretudo através das Escrituras
Limitações ao Conhecimento Teológico
Limitações da mente humana (Rm 11:33; 2 Pe 3:16);
Limitações da linguagem humana (2 Co 12:4);
Restrições colocadas pelo próprio Deus (Dt 29:29; Pv 25:2; Mc 13:32; Jô 16:12; At 1:7).
Requisitos para o Estudo da Teologia
Coração regenerado por Deus (1 Co 2:14);
Iluminação do Espírito Santo (1 Co 1:21; 2:10; 2 Co 4:3 – 4);
Raciocínio indutivo, percepção clara ou imediata;
Mente disciplinada para colecionar fatos, retê-los e determinar os princípios que os ligam;
Senso do fardo;
Entusiasmo com os resultados.
Qualificações do Teólogo Evangélico
Amor e Temor a Deus
Vida de Oração
Aceitação da Autoridade e da Inerrância Bíblica
Disciplina para ler e estudar MUITO
Vida Cristã Autêntica
Humildade e Honestidade
Disposição para Servir

 

Principais Divisões da Teologia Sistemática
 

TEOLOGIA PROPRIAMENTE DITA (Doutrina de Deus) – É o estudo da Pessoa de Deus;
BIBLIOLOGIA (Doutrina das Escrituras) – Considera os fatos essenciais acerca da Bíblia;
CRISTOLOGIA (Doutrina de Cristo) – Verdades concernentes à Pessoa de Jesus Cristo;
SOTERIOLOGIA (Doutrina da Salvação) – A idéia, o meio, o Autor e as verdades bíblicas da salvação;
PNEUMATOLOGIA (Doutrina do Espírito Santo) – Verdades relacionadas à Pessoa do Espírito Santo;
ANGEOLOGIA (Doutrina dos Anjos) – Estudo a respeito dos anjos de Deus e de satanás;
ANTROPOLOGIA (Doutrina do Homem) – É o estudo do homem do ponto de vista bíblico;
HAMARTIOLOGIA (Doutrina do Pecado) – Definição, origem e conseqüências do pecado;
ECLESIOLOGIA (Doutrina da Igreja) – Tudo o que a Escritura ensina acerca da Igreja;
ESCATOLOGIA (Doutrina das Últimas Coisas) – Estudo das profecias e dos eventos futuros.
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A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA TEOLOGIA
SISTEMÁTICA
Dr. Wayne Grudem
I. O que é Teologia Sistemática?
Teologia Sistemática é qualquer estudo que responda à pergunta: “O que a Bíblia toda nos ensina hoje?” sobre qualquer assunto. (John Frame, Westminister Seminary,
Escondido, Califórnia – EUA).
Essa definição índica que Teologia Sistemática envolve coletar e compreender todas as passagens relevantes na Bíblia sobre vários assuntos e então resumir seus ensinos claramente de modo que conheçamos aquilo que cremos sobre cada assunto.
II. Por que os Cristãos devem estudar Teologia?
É que ela é suficiente para nos ensinar as doutrinas bíblicas, cumprindo assim a segunda parte da Grande Comissão: “...ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado...” (Mt 28:20).
O estudo da Teologia Sistemática nos ajudará a superar nossas idéias erradas.
O estudo da Teologia Sistemática nos dará habilidade para tomarmos melhores decisões mais tarde sobre novas questões de doutrina que possam surgir.
O estudo da Teologia Sistemática nos ajudará a crescer como Cristãos.
III. Como os Cristãos devem estudar Teologia Sistemática?
1 – Devemos estudar Teologia Sistemática com Oração (Lc 24:45).
Se estudar Teologia Sistemática é simplesmente um caminho de estudar a Bíblia,então as passagens na Escritura que falam acerca da maneira como devemos estudar a
Palavra de Deus nos dão direção para realizarmos essa tarefa. O salmista ora no Salmo 119:18 “Abre meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua Lei”. Então, nós devemos orar e buscar ajuda de Deus na compreensão da Sua Palavra. Paulo nos diz em 1Coríntios 2:14 que “o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhesão loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente”. Concluímosque estudar Teologia Sistemática é, portanto, uma atividade na qual precisamos da ajuda do Espírito Santo.

2 – Devemos estudar Teologia Sistemática com Humildade.


Pedro disse: “...no trato de uns com os outros, cingi-vos (vesti-vos) todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo aos humildes concede a sua graça” (1 Pedro 5:5). Aqueles que estudam Teologia Sistemática aprenderão muitas coisas acerca do que as Escrituras ensinam que serão talvez desconhecidas ou não tão bem conhecidas por outros cristãos em suas Igrejas, ou por parentes que são mais velhos no Senhor que eles. Também podem descobrir que compreendem coisas nas Escrituras que alguns dos oficiais de suas Igrejas não compreendem, e que até mesmo seu pastor talvez tenha esquecido ou nunca aprendeu tão bem. E a verdade é que, em todas essas situações é muito fácil adotar uma atitude de orgulho ou superioridade em relação a outros que não temfeito estudo bíblico semelhante.

Para tanto leiamos 1 Co 8:1; Tg 3:13, 17 – 18.
3 – Devemos estudar Teologia Sistemática com a Razão (1 Pedro 3:15).
Encontramos no Novo Testamento que Jesus e os autores do NT freqüentemente citavam um versículo das Escrituras e então tiravam uma conclusão lógica a ele. Eles racionalizaram a Escritura. Portanto, não é errado usar o entendimento humano, a lógica humana, e a razão humana para tirar conclusões das afirmações da Escritura. Todavia, surge uma pergunta: Quais são os limites para o nosso uso das habilidades lógicas eracionais para tirar deduções das afirmações da Escritura? A resposta é adotada pelo professor John Frame no Westminister Seminary: “Somos livres para usar nossas habilidades racionais para tirar conclusões de qualquer passagem da Escritura até que essas conclusões não contradigam o ensino claro de alguma outra passagem da Escritura.”
4 – Devemos estudar Teologia Sistemática com a ajuda dos Outros.
Precisamos ser gratos a Deus pelos mestres que Ele tem colocado na Igreja (1 Co 12:28; Ef 4:11). Deveríamos nos aproximar destes que têm o dom de ensino para nos ajudar a entender a Escritura. Isso significa que vamos fazer uso de outros livros e consultar outras pessoas. Aprendemos muito com as conversas “informais”. E lembre-se: “Você sabe tudo oque você sabe, mas não sabe tudo o que os outros sabem”. Juan Guerra Cáceres disse: “Sábio é aquele que recolhe a sabedoria dos demais”. 5 – Devemos estudar Teologia Sistemática coletando e compreendendo todas as passagens relevantes da Escritura sobre qualquer tópico.Lembre-se da preciosa regra de hermenêutica: “Uma doutrina não pode ser considerada bíblica, até que se tenha estudado tudo o que a Escritura diz sobre ela”.
6 – Devemos estudar Teologia Sistemática com Alegria e Louvor.
O Estudo da Teologia Sistemática não é meramente um exercício teorético do intelecto. É um estudo do Deus vivo, e das maravilhas de todas as Suas obras na Criação e Redenção. Nossa experiência deveria ser como a de Paulo em Romanos 11:33 – 36 (cf. Salmo 1:2; 19:8; 119:14, 103, 111, 162).

Teologia é uma necessidade de comunicação com Deus desde que bem interpretadas, dando sentido as instruções de Deus revelado pelas escrituras.

Ex: Cosmologia se limita a matéria> Limitada pela observação , nada além.

Conhecer a Deus e conhecimento sobre Deus, sendo assim, Achasse sendo sentimental (Experiências com Deus )o que lhe é limitado, para a comunicação através das escrituras conhecemos sobre Deus relevante ao estudo intelectual sobre Deus.

A questão é da onde vem nossa teologia ,”... me conhecer e conhecer aquele que me enviou..”Entendimento Bíblico. Rejeitar teologia é rejeitar conhecer a Deus.

Teologia II

É possível conhecer a Deus através das escrituras : As reveladas pertencem ao Homem e as encoberta  a Deus.

Existência: A natureza manifesta a vontade de Deus, mas ainda não comprova na observação dela a sua existência! A revelação veio de forma especial verbalmente pelas escrituras.

Os sentimentos não são o principio primeiro do Conhecimento de Deus, Mas sim é a palavra de Deus, a partir de sua Revelação que nos informa através dele que conhecemo-lo em essência.

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ANTROPOLOGIA
 

(Doutrina do Homem)
Esse termo é usado tanto na Teologia (homem em relação a Deus), como na Ciência (História Natural da Raça, Psicologia, Sociologia, Ética, Anatomia, Fisiologia e História Natural).
O conhecimento dessa doutrina servirá de alicerce para entender melhor asdoutrinas sobre o ‘pecado’, o ‘juízo’ e a ‘salvação’, as quais se baseiam no homem.
Criacionismo X Evolucionismo
Hoje em dia, provavelmente nenhuma questão é mais debatida em diferentes esferas da sociedade do que a origem do homem. O debate sobre a inerrância das Escrituras acertadamente tem incluído uma discussão sobre a historicidade da narrativa que Gênesis faz da criação. Muitos pontos de vista diferentes procuram ser aceitos, alguns defendidos inclusive por evangélicos.
a) Evolução Ateísta:
Evolução significa simplesmente uma mudança em qualquer direção. Mas quando essa palavra é usada para se referir às origens do homem, seu significado envolve a origem com base em um processo natural, tanto no surgimento da primeira substância viva quanto no de novas espécies. Essa teoria afirma que, bilhões de anos atrás, substâncias químicas existentes no mar, influenciadas pelo Sol e pela energia cósmica, acabaram unindo-se por obra do acaso e dando origem a organismo unicelulares. Desde então, vêm se desenvolvendo por intermédio de mutações benéficas e de seleção natural, formando todas as plantas, animais e pessoas.
b) Evolução Teísta:
Afirma que Deus direcionou, usou e controlou o processo da evolução natural para ‘criar’ o mundo e tudo o que nele existe. Normalmente, essa visão inclui as seguintes idéias: os dias da criação de Gênesis 1, na verdade, foram eras; o processo evolutivo estava envolvido na criação de Adão; a Terra e as formas pré-humanas são extremamente antigas.

c) Criação:
Ainda que existam variantes no conceito de criacionismo, a principal característica desse ponto de vista é que ele tem a Bíblia como sua única base. A ciência pode contribuir para nosso entendimento, mas jamais deve controlar ou mudar nossa interpretação das Escrituras para acomodar suas descobertas.
A Bíblia claramente nos ensina que o homem foi uma criação Especial de Deus.Nunca existiu uma criatura subumana ou um processo de evolução.
Gênesis 1:26 – 27: “...Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”
Os criacionistas possuem diferentes pontos de vista em relação aos dias da criação, mas para alguém ser um criacionista é preciso acreditar que o registro bíblico é historicamente factual e que Adão foi o primeiro homem. Embora a Bíblia não seja um livro de Ciência, isso não significa que ela não seja precisa quando revela verdades científicas. Com certeza, tudo o que ela revela sobre qualquer área do conhecimento é verídico, preciso e confiável. A Bíblia não responde a todas as perguntas que desejamos fazer a respeito das origens, mas o que ela revela deve ser reconhecido como verdade.Somente o registro bíblico nos dá informações precisas sobre a origem da humanidade. Duas características principais do ato da criação do homem destacam-se no texto.
Foi planejada por Deus (Gênesis 1:26)
Ocorreu de forma direta, especial e imediata (Gênesis 1:27; 2:7) Imago dei (A Imagem de Deus no Homem)
Da mesma forma que se discute a origem do homem, discute-se também o propósito da Criação do mesmo. De todas as Criaturas que Deus fez, só de uma delas, o homem, diz-se ter sido feita “à imagem de Deus”. O que isso significa? Podemos usar a seguinte
definição: O fato de ser o homem à imagem de Deus significa que ele é semelhante a Deus e o representa.
Quando Deus diz: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”, isso significa que ele pretende fazer uma criatura semelhante a si. As palavras hebraicas que exprimem “imagem” e “semelhança” se referem a algo similar, mas não idêntico, à coisa que representa ou de que é uma “imagem”. A palavra imagem também pode ser usada para exprimir algo que representa outra coisa. Os teólogos gastam muito tempo tentando especificar uma característica do homem ou bem poucas delas, em que se vê primordialmente a imagem de Deus. Alguns já cogitam que a imagem de Deus consiste na capacidade intelectual do homem, ou no seu poder de tomar decisões morais e fazer escolhas voluntárias. Outros conceberam que a imagem de

Deus era uma referência à pureza moral original do homem, ou ao fato de termos sido criados homem e mulher, ou ao domínio humano sobre a terra. Dentro dessa discussão, melhor seria concentrar a atenção primeiramente nos significados das palavras “imagem” e “semelhança”. Esses termos tinham significados bastante claros para os primeiros leitores:
a) Imagem: (no Hebraico = Tselem; no Grego = Eikon; no Latim = Imago) significa: molde, modelo, imagem, representação. Uma representação formada, concreta.
b) Semelhança: (no Hebraico = Damuth; no Grego = Homoiosis; no Latim = Similitudo) significa: similitude, semelhança. Uma similaridade abstrata, imaterial, ideal. Embora alguns venham tentando fazer uma distinção entre as duas palavras para ensinar que existem dois aspectos na imagem de Deus, nenhum contraste grande entre eles tem apoio na lingüística. Os termos são sinônimos potenciais/facultativos. O uso ocasional dos dois termos juntos sugere um reforço de um termo por sua associação com outro. Ao usar as duas palavras juntas, o autor bíblico parece estar tentando expressar uma ideia muito difícil, na qual deseja deixar claro que o homem, de alguma maneira, é o reflexo concreto de Deus, mas, ao mesmo tempo, deseja espiritualizar isso, em direção à abstração. Para os primeiros leitores, Gênesis 1:26 significava simplesmente: “Façamos o homem como nós, para que nos represente”.
Como “imagem” e “semelhança” já carregavam esses significados, as Escrituras não precisam dizer algo como: “O fato de ser o homem à imagem de Deus significa que o homem é como Deus nos seguintes aspectos: capacidade intelectual, pureza moral, natureza espiritual, domínio sobre a terra, criatividade, capacidade de tomar decisões éticas, capacidade relacional e imortalidade.”
Tal explicação é desnecessária, não só porque os termos tinham significados claros,mas também porque nenhuma lista desse tipo faria justiça ao tema: o texto precisa afirmar que o homem é como Deus, e o restante das Escrituras fornece mais detalhes que explicam esse ponto. De fato, na leitura do restante da Bíblia, percebemos que uma compreensão da plena semelhança do homem a Deus exigiria uma plena compreensão de quem é Deus no seu ser e nos seus atos, e uma plena compreensão de quem é o homem e o que faz.
Quanto mais sabemos sobre Deus e o homem, mais semelhanças reconhecemos, e mais plenamente compreendemos o que as Escrituras querem dizer ao afirmar que o homem existe à semelhança de Deus. A expressão se refere a todo aspecto em que o homem é como Deus. Na verdade, em toda a Escritura, o alvo do homem é o de ser semelhante a Deus.

Homem X Mulher
Um dos aspectos da criação do ser humano à imagem de Deus foi sua feitura como homem e mulher (Gênesis 1:27). O mesmo elo entre criação à imagem de Deus e criação como homem e mulher se faz em Gênesis 5:1 – 2. Embora a criação do ser humano como homem e mulher não seja o único aspecto da nossa criação à imagem de Deus, ele é tão significativo que as Escrituras o mencionam logo no mesmo versículo em que descrevem a criação do homem por Deus. Podemos resumir da seguinte maneira os aspectos segundo os quais a criação dos dois sexos representa algo da nossa criação à imagem de Deus:
A criação do ser humano como homem e mulher revela a imagem de Deus em (1) relações interpessoais harmoniosas, (2) igualdade em termos de pessoalidade e de importância e (3) diferença de papéis e autoridade.
A Estrutura do Homem
De quantas partes compõe-se o homem? Todos concordam que temos um corpo físico. A maioria das pessoas sente que também tem uma parte imaterial – uma ‘alma’ que sobreviverá à morte do corpo.
Mas aqui termina a concordância. Algumas pessoas crêem que, além do ‘corpo’ e da ‘alma’, temos uma terceira parte, um ‘espírito’ que se relaciona mais diretamente com Deus.
A concepção de que o homem é constituído de três partes chama-se tricotomia. Embora essa seja uma idéia comum no ensino bíblico evangélico popular, hoje poucos estudiosos a defendem. Segundo muitos tricotomistas, a alma do homem abarca o seu intelecto, as suas emoções e a sua vontade. Eles sustentam que todas as pessoas têm alma, e que os diferentes elementos da alma podem ou servir a Deus ou ceder ao pecado. Argumentam que o espírito do homem é uma faculdade humana superior que surge quando a pessoa torna-se cristã. O espírito de uma pessoa seria aquela parte dela que mais diretamente adora e ora a Deus.
Outros dizem que o ‘espírito’ não é uma parte distinta do homem, mas simplesmente outra palavra que exprime ‘alma’, e que ambos os termos são usados indistintamente nas Escrituras para falar da parte imaterial do homem, a parte que sobrevive após a morte do corpo. A idéia de que o homem é composto de duas partes chama-se dicotomia. Aqueles que sustentam essa idéia muitas vezes admitem que as Escrituras usam a palavra espírito mais freqüentemente com referência à nossa relação com Deus, mas que esse uso não é uniforme e que a palavra alma é também usada em todos os sentidos em que se pode usar espírito.

As duas opiniões têm defensores no mundo cristão de hoje. Embora a dicotomia tenha sido mais geralmente sustentada ao longo da história da Igreja, e seja bem mais comum entre os estudiosos evangélicos de hoje, a tricotomia também teve e tem muitos defensores.
Origem da Alma
Sabemos que a primeira alma veio a existir como resultado de Deus ter soprado no homem o Espírito de vida. Então surge uma pergunta: Como chegaram a existir as demais almas desde esse tempo? Em que momento a alma é formada? A respeito da origem da alma existem três teorias principais:
A. Preexistência
Deus teria criado todas as almas antes da queda e antes de cessar a sua atividade criadora. Desse estoque de almas Deus daria a cada corpo uma alma.
Defesa: A origem do Imaterial não pode ser material.
Dificuldades: A preexistência não tem respaldo nas Escrituras.
Têm associações com teorias não-Bíblicas como transmigração da alma e reencarnação. Contradiz os ensinos de Paulo de que todo pecado e morte são resultado do pecado de Adão (1 Coríntios 15:21 – 22).
B. Criacionismo
Deus estaria criando cada alma em algum momento da fecundação, unindo-se ao corpo imediatamente. A alma se tornaria pecaminosa por causa do contato com a natureza humana, pela culpa herdada dela.
Defesa: Passagem das Escrituras que falam de Deus como criador da alma e do espírito: Números 16:22; Salmo 104:30; Eclesiastes 12:7; Zacarias 12:1; Hebreus 12:9. A alma (imaterial) não pode ser meramente transmitida. Explica porque Cristo não assumiu a natureza pecaminosa de Maria.
Dificuldades: A atividade criadora de Deus cessou no sexto dia em Gênesis 2:1 – 3, e não pode ser que Deus crie uma alma diariamente, a cada hora e momento. Por que Deus criaria uma alma pura para colocá-la numa situação de pecado e provável condenação eterna?
C. Traducionismo

A Raça Humana foi criada em Adão, tanto o corpo como a alma, e os dois são propagados a partir dele pelo processo de geração natural.
Defesa: Esta teoria se harmoniza perfeitamente com as Escrituras, com a Teologia e com uma concepção correta da natureza humana. No Salmo 51 Davi reconhece que herdou a alma depravada de sua mãe; em Gênesis 46:26, almas que descenderam de Jacó; em Atos 17:26, Paulo nos ensina que Deus “de uma vez fez toda a raça humana”. É melhor explicado o “pecado hereditário” e a “transmissão da natureza pecaminosa”.

 

Dificuldades: Quem é responsável pela comunicação ou transmissão da alma?
Como acontece a formação da alma? Como Cristo nasceu sem pecado?
Significado Teológico da Criação do Homem

 

1. O fato de terem sido criados significa que eles não têm existência independente.
Tudo o que temos e somos vem do Criador. Toda nossa vida é por direito dele.

 

2. Humanidade faz parte da criação; isto nos diz que deve haver harmonia entre nós e o restante da criação. A ecologia ganha um significado rico (Mandado Cultural).
3. Fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. Dos animais diz-se que foram feitos. Isso significa que os homens não alcançam a plenitude quando todas as suas necessidades animais são satisfeitas. Há um elemento transcendente.
4. Há um vínculo comum entre todos os seres humanos.
5. Há limitações definidas sobre a humanidade. Somos criaturas, finitas. Nosso conhecimento é incompleto. Somos mortais. Só Deus é inerentemente eterno. Qualquer possibilidade de viver para sempre depende de Deus.

 

6. A limitação não é inerentemente má (Gênesis 1:31).
 

7. O homem é algo maravilhoso. Apesar de criaturas somos a mais elevada dentre elas. Fomos feitos pelo melhor e pelo mais sábio dos seres! Alianças entre Deus e o Homem Como Deus se relaciona com o homem? Desde a criação do mundo o relacionamento entre Deus e o homem tem sido definido por promessas e requisitos específicos. Deus revela às pessoas como ele deseja que ajam e também faz promessas de como agirá com eles em várias circunstâncias. A Bíblia contém vários tratados a respeito das provisões que definem as diferentes formas de relacionamento entre Deus e o homem que ocorrem nas Escrituras, e freqüentemente chama esses tratados de ‘alianças. Podemos apresentar a seguinte definição das alianças entre Deus e o homem nas Escrituras: “Uma aliança é um acordo imutável e divinamente imposto entre Deus e o homem, que estipula as condições no relacionamento entre as partes.”
Outras Definições:
1. AURÉLIO: “[Do francês alliance]. Ato ou efeito de aliar(-se). Ajuste, acordo, pacto. União por casamento. Cada um dos pactos que, segundo as Escrituras, Deus fez com os homens”.
2. ENCICLOPÉDIA HISTÓRICO-TEOLÓGICA: “Um pacto ou contrato entre duas partes, que as obriga mutuamente a assumir compromissos de cada uma em prol da outra. Teologicamente (usado a respeito dos relacionamentos entre Deus e o homem) denota um compromisso gracioso da parte de Deus no sentido de
benevidiar e abençoar o homem, e especificamente, aqueles homens que, pela fé, recebem as promessas e se obrigam a cumprir os deveres envolvidos neste compromisso”.
3. DICIONÁRIO INTERNACIONAL DE TEOLOGIA: No grego é “ditheke” (dia + tithemi, “por, colocar, expor, dispor” = “Expor mediante um testamento”). Significa, portanto, uma decisão irrevogável, que não pode ser cancelada por pessoa alguma. Umacondição prévia da sua eficácia diante da lei, é a morte do testador (“Porque onde há testamento é necessário que intervenha a morte do testador” – Hebreus 9:16).
As alianças de Deus
Por que Deus faz aliança com o homem?
1. Porque através das alianças Deus expressa seu pensamento, seus propósitos.
2. Porque mediante alianças com o homem Deus lhe aumenta a fé.
3. Para dar-lhe garantia.
“Ao fazer uma aliança, Ele informa claramente ao homem qual o intento do coração divino.” (Watchman Nee)
As principais alianças entre Deus e o homem
1. Adão: Gênesis 2:15 – 17.
2. Noé: Gênesis 6:18.
3. Abraão: Gênesis 17:1 – 8.
4. Moisés: Êxodo 19:5 – 6.
5. Davi: Salmo 89:20 – 37 (2 Samuel 7:12 – 17).

Outra forma de dividir as alianças
1. Aliança das Obras
2. Aliança da Redenção
3. Aliança da Graça
“Um elemento muito importante nas alianças que Deus tinha em Israel achava-se no duplo aspecto da condicionalidade e da incondicionalidade. As Suas promessas solenes, que tinham a natureza de um juramento obrigatório, deviam ser consideradas passíveis do não-cumprimento, caso os homens deixassem de viver à altura das suas obrigações paracom Deus? Ou havia um sentido em que os compromissos que Deus assumiu segundo a aliança tinham absoluta certeza de cumprimento, sem levar em conta a infidelidade do homem? A resposta a esta pergunta tão debatida parece ser: (1) que as promessas feitas por Jeová na aliança da graça representam decretos que Ele certamente realizará, quando as condições forem propícias ao seu cumprimento; (2) que o benefício pessoal – e especialmente o benefício espiritual e eterno – da promessa de Deus será creditado somente àqueles indivíduos do povo, da aliança divina que manifestarem uma fé verdadeira e viva (demonstrada por uma vida piedosa). Sendo assim, o primeiro aspecto é ressaltado pela forma inicial da aliança com Abraão, em Gênesis 12:1 – 3; não há sombra de dúvida de que Deus não deixará de fazer Abraão uma grande nação, de tornar grande o seu nome e de abençoar todas as nações da terra através dele e da sua posteridade. É assim que o plano de Deus é exposto desde o início; nada o frustrará. Por outro lado, os filhos de Abraão devem receber os benefícios pessoais somente à medida em que manifestarem a fé e a obediência de Abraão; assim diz Êxodo 19:5. Ou seja, Deus cuidará para que o Seu plano de redenção seja levado a efeito na história, mas também fará com que nenhumtransgressor das exigências de santidade participe dos benefícios eternos da aliança.Nenhum filho da aliança que Lhe apresente um coração infiel será incluído nas bênçãos da Aliança.” (Enciclopédia Histórico-Teológica)
Nova Aliança
É digno de nota que, embora “aliança” ocorra quase 300 vezes no AT, ocorre somente 33 vezes no NT. Quase metade destas ocorrências se acham em citações do AT, e outras 5 claramente se aludem a declarações no AT.
1. A Nova Aliança é superior porque o Mediador é Superior. Hebreus 8:6. “Posto que uma aliança envolve duas partes contratantes, o mediador é intermediário cuja tarefa é manter as partes em comunhão uma com a outra. Num caso em que Deus é uma das partes e o homem é a outra, a idéia da aliança é inevitavelmente unilateral. A apostasia é sempre do lado do homem, e, portanto, a tarefa do mediador é principalmente agir em prol do homem diante de Deus, embora também deva agir em prol de Deus diante dos homens” (Donald Guthrie),
2. A Nova Aliança é superior porque é instituída com base em superiores promessas.
a) Regeneração
b) Purificação
c) Justificação
d) Vida e Poder
O que significa ‘receber’ a Jesus? Podemos afirmar que ‘receber’ a Jesus é fazer uma aliança com Ele, o que implica em fidelidade até o fim. “Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graça” (Colossenses 2:6 – 7).

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SOTERIOLOGIA
(Doutrina da Salvação)


Breve Exegese de Salvação


De uma forma simples, podemos dizer que “salvação é o fato do homem ser salvo do poder e dos efeitos do pecado”.
 

“O vocábulo português se deriva do latim salvare, “salvar” e de salus, “saúde”, “ajuda”, e traduz o termo hebraico yeshu’a e cognatos (largura, facilidade, segurança) e o vocábulo grego sõteria, e cognatos (cura, recuperação, redenção, remédio, salvação, bem estar). Significa a ação ou o resultado de livramento ou preservação de algum perigo ou enfermidade, subentendendo segurança, saúde e prosperidade. Nas Escrituras, o movimento parte dos aspectos mais físicos para o livramento moral e espiritual. Assim é que as porções mais antigas do AT dão ênfase aos meios dos servos individuais de

Deus escaparem das mãos de seus inimigos, a emancipação de Seu povo da escravidão e o estabelecimento dos mesmos numa terra de abundância; já as porções posteriores dão maior ênfase às condições e qualidades morais e religiosas da bem-aventurança, e estende suas amenidades além das fronteiras nacionais” (O Novo Dicionário da Bíblia, Vol-II, p 1464 – 5).
Em primeira instância, o verbo sõzõ, “salvar” bem como o substantivo sõtêria, “salvação”, denotam o “salvamento” e a “libertação” no sentido de evitar algum perigo que ameaça a vida. Pode ocorrer na guerra ou em alto mar. Aquilo de que se recebe o livramento pode, no entanto, ser uma doença. Onde não se menciona qualquer perigo imediato, também podem significar “conservar” ou “preservar”. O verbo e o substantivo podem até significar “voltar com segurança” para casa.
Na LXX sõzõ traduz nada menos do que 15 verbos hebraicos diferentes, mas os mais importantes são yãsa, que se emprega no hiphil para “libertar” e “salvar”, e mãlat, niphal, “escapulir”, “escapar”, “salvar”. E embora Iahweh empregue agentes humanos, o israelita piedoso tinha consciência do fato do livramento vir do próprio Iahweh (Salmo 12:1; 121: 1 – 2); mas o conteúdo exato dessa libertação ou salvação varia de acordo com o contexto e as circunstâncias.A expressão “o cálice da salvação” encontrada no Salmo 116:13, tem quatro interpretações sugeridas por Anderson: (1) uma libação de vinho que fazia parte da oferta de ações de graças (cf, Num 28:7); (2) uma metáfora da libertação, e o antônimo da taça da ira de Iahweh (cf. Is 51:17; Jr 25:15); (3) um cálice em conexão com alguma ordalha específica (cf. Nm 5:16 – 28); (4) um cálice de vinho tomado na refeição de ações de graças (cf Sl 23:5); Anderson prefere a primeira dessas alternativas tendo em vista a sua associação com alguma coisa dada a Iahweh. É atraente, no entanto, a sugestão de que semelhante cálice, necessariamente, fica em contraste com o cálice da ira de Deus, e, portanto, esta idéia também pode ser presente.
No Novo Testamento, o verbo sozõ ocorre 106 vezes, e o substantivo sõtêria, 45 vezes. Sendo que a graça de Deus é a grande fonte de salvação (cf Ef 2:8 – 9), e o Filho de Deus é o Salvador do Mundo (cf Lc 2:11; 1 Jo 4:14).
Arrependimento
Formada por duas palavras gregas (meta + nous), “arrependimento” não significa, como muitos pensam, um rosto cuja face correm lágrimas de remorso, e cujos lábios proferem promessas de mudança e um voto de jamais cair no mesmo pecado. Na Palavra de Deus descobrimos que a palavra quer dizer “mudança de mente”.
“Esta experiência tem sido descrita como sendo o ato pelo qual o pecador, ao aceitar a Cristo, dá uma meia volta no rumo em que seguia na vida até então, e avança em direção diametralmente oposta. Isto significa uma mudança total de conduta ou procedimento. É o primeiro passo para a salvação. É a volta do pecador a Deus.”
Vejamos outras definições:
1. É a mudança de pensamento para com o pecado e para com a vontade de Deus, o que conduz a uma transformação de sentimento e de propósito a seu respeito.”
2. É a verdadeira tristeza pelo pecado, incluindo um esforço sincero para abandoná-lo.”
3. “É a conficção da culpa produzida pelo Espírito Santo ao aplicar a Lei Divina no coração.”
O Senhor Jesus nos dá uma ótima ilustração do conceito de arrependimento em Mateus 21:28 – 30.
Sua Necessidade
Jesus começou Seu ministério pregando arrependimento (cf Mc 1:14 – 15). E isso seria mais que suficiente para comprovar a necessidade de arrependimento por parte do homem. Mas a Igreja Primitiva também anunciava a mesma mensagem (At 2:38; 17:30; 20:21; 26:20). E foi também uma ordem deixada pelo Senhor Jesus (Lc 24:47).
“Deus só pode perdoar o pecador quando ele sinceramente se arrepende. Isto é forte o bastante para que continuemos a pregar a necessidade de arrependimento e a necessidade do homem ter a mesma atitude que Deus tem em relação ao pecado (cf Lc 13:3 – 5; 1 Tm 2:4; 2 Pe 3:9)”.
Sua Natureza
Em 2 Coríntios 7:10, Paulo nos mostra que há uma relação entre tristeza e arrependimento quando diz: “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação...”. Você pode observar neste verso que tristeza e arrependimento não são de modo algum a mesma coisa. A tristeza realiza a sua obra, e quando isso acontece o resultado é o arrependimento e a conseqüência dessa mudança de opinião é a salvação. O apóstolo estabeleceu dessa forma uma progressão: tristeza, arrependimento e salvação. Neste verso descobrimos que arrependimento não é sentir somente tristeza pelos pecados, mas viver uma vida diferente.
Cremos que o verdadeiro arrependimento envolve três faculdades básicas do homem: seu intelecto, suas emoções e sua vontade.
1. O intelecto – arrepender-se significa mudar de pensamento. Langston afirmou que “intelectualmente falando, o arrependimento é uma mudança na maneira de pensarmos em Deus, em nosso pecado e em nossas relações com o nosso próximo”. Há uma radical mudança na maneira de pensar. O filho pródigo é um clássico exemplo disso.
2. As emoções – arrepender-se significa mudar de sentimentos. “O homem arrependido deixa de amar ou apreciar o que antes amava ou apreciava. O prazer deixa de fixar-se nas coisas terrenas para descansar nas celestiais... O arrependimento chora seus pecados, mas chora ainda mais a falsa atitude que antes tinha para com Deus... O arrependimento verdadeiro fixa os olhos do arrependido mais em Deus do que no pecado cometido” (Langston). O Salmo 32 exemplifica isso muito bem.
3. A vontade – arrepender-se significa mudar de propósitos. “Antes de arrependerse, o homem quer fazer a própria vontade, quer dirigir-se a si mesmo, quer andar no seu próprio caminho. No arrependimento, porém, ele quer fazer a vontade de Deus, quer ser dirigido por Ele, porque está convencido de que a vontade e a direção de Deus são melhores...” (Langston). Após o arrependimento, Davi orou: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro de mim um espírito inabalável” (Sl 51:10).
Sua Praticidade
Na prática, o arrependimento que é causado pela “tristeza segundo Deus”, é gerada por obra do Espírito Santo (cf Jô 16:8 – 11). Ao ouvir a mensagem do Evangelho (At:37 – 41) o homem sente-se tocado pelo dedo de Deus e, se o coração for fértil, a semente produzirá bons frutos (cf Mt 13:23).
Seus Resultados
1. O texto de Atos 3:19 é claro em mostrar um dos principais resultados do arrependimento: cancelamento dos pecados, que é outro modo de dizer que são perdoados os seus pecados (cf Cl 2:14).
2. A alegria entre os anjos é um outro resultado do arrependimento (cf Lc 15:7).
3. Sem o arrependimento, o Espírito Santo não virá habitar em qualquer coração humano (cf At 2:38; Ef 1:13).
Exegese dos termos Fé-Crer
Originalmente, pistis significava o relacionamento fiel de partes de um contrato e a fidedignidade das suas promessas. Vieram a significar, num sentido mais lato, a credibilidade de declarações, relatórios e narrativas em geral, sejam sacros, sejam seculares. No grego do NT, obtiveram uma importância especial e conteúdo específico através da sua aplicação ao relacionamento com Deus em Cristo: a aceitação e reconhecimento, em plena confiança, daquilo que Deus fez ou prometeu através dEle.
Grego Secular
Na literatura grega clássica, pistis significa a ‘confiança’ que um homem pode ter nas pessoas ou nos deuses. Da mesma forma, pisteuõ significa ‘confiar’ em alguém ou nalguma coisa.
Originalmente, o grupo de palavras significava conduta que honrava um contrato ou obrigação. Daí a experiência da fidelidade e da infidelidade pertence à idéia da fé, desde o início.
No grego secular, portanto, este grupo de termos representa um largo espectro de idéias. Emprega-se para expressar relacionamentos entre um homem e outro, e também para expressar o relacionamento como divino.
Antigo Testamento
Em hebraico, a raiz ‘aman, no niphal, significa: “ser leal, digno de confiança, fiel”. Pode se aplicar aos homens (Nm 12:7; servos – 1 Sm 22:14; a uma testemunha – Is 8:2; a um mensageiro – Pv 25:13; aos profetas – 1 Sm 3:20). Pode, no entanto, também ser aplicado ao próprio Deus, que guarda Sua aliança e dá graça àqueles que o amam (Dt 7:9).
No AT o termo “fé” é encontrado apenas duas vezes (Dt 32:20 e Hc 2:4). Isso não significa, entretanto, que a fé não seja elemento importante no ensino do AT, pois ainda que a palavra não seja freqüente, a idéia, o é. É usualmente expressa por verbos tais como “crer”, “confiar” ou “esperar”, os quais ocorrem com abundância.
Novo Testamento
No NT, a fé é altamente proeminente. O substantivo pistis e o verbo pisteuõ ocorrem ambos mais de 240 vezes, enquanto que o adjetivo pistos ocorre sessenta e sete vezes. No NT, o pensamento que Deus enviou Seu Filho para ser Salvador do mundo, é central. Cristo realizou a salvação do homem ao morrer expiatóriamente na cruz do Calvário.
No quarto Evangelho, as formas de pensamento são diferentes de outras partes do NT. A fé surge do testemunho, que é autenticado por Deus, e nela os sinais também desempenham um papel (Jô 1:7). Por isso, quem é da verdade escuta esta chamada da parte de Deus (Jô 18:37). A fé e o conhecimento (Jô 6:69), o conhecimento e a fé (Jô 17:8), não são dois processos mutuamente independentes; pelo contrário, são coordenadas instrutivas que falam, a partir de pontos de vistas diferentes, do recebimento do testemunho.
Há intima conexão entre a fé e a vida. Aquele que crê no Filho tem a promessa de que não perecerá mas que, pelo contrário, terá a vida eterna (Jô 6:16, 36; 11:25).
Portanto, a fé é atitude mediante a qual o homem abandona toda a confiança em seus próprios esforços para obter a salvação, quer sejam eles ações de piedade, de bondade ética, ou seja o que for. Em João, a fé ocupa um lugar importantíssimo, pois ali o verbo pisteuõ é encontrado noventa e oito vezes. Curioso é que o substantivo pistis – ‘fé’, nunca é encontrado. Isso possivelmente se deve ao seu uso em círculos de tipo gnóstico.
O enorme uso de pisteuõ em João se deve ao próprio objetivo claramente revelado no Evangelho em João 20:31.

 

A fé não consiste meramente em aceitar certas coisas como verdadeiras, mas consiste em confiar numa Pessoa, e essa Pessoa é Jesus Cristo. E como a fé é fundamental ao Cristianismo, os cristãos são simplesmente chamados ‘crentes’. E crer implica em:
• Confiar (Jô 4:50)
• Seguir (Jô 8:12)
• Servir (Jô 13:12 – 15; 21:15 – 17)
• Obedecer (Jô 14:23 – 24)

 

Regeneração
 

Do lado divino, a mudança de coração é chamada de regeneração, de novo nascimento; do lado humano, é chamada de conversão. Na regeneração, a alma é passiva; na conversão, é ativa. Podemos definir a concessão de uma Nov a natureza (2 Pe 1:4) ou coração (Jr 24:7; Ez 11:19; 36:26), e a produção de uma nova criação (2 Co 5:17; Ef 2:10; 4:24). No entanto, a regeneração não é uma mudança as substância da alma. Hodge o diz muito bem:


Como a mudança não é na substância nem no mero exercício da alma, ela ocorre naquelas disposições, princípios, gostos ou hábitosimanentes aos quais todo o exercício consciente está subordinado, e que determinam o caráter do homem e de todas as suas ações.
 

A Necessidade da Regeneração
 

A Escritura declara repetidamente que o homem tem que ser regenerado antes de poder ver a Deus. Estas afirmações da Palavra de Deus são reforçadas pela razão e pela consciência. A santidade é uma condição indispensável para sermos aceitos na comunhão com Deus. Mas toda a humanidade é pecadora por natureza, e quando chega a consciência moral, torna-se culpada de transgressão real. Portanto, em seu estado natural, a humanidade não pode ter comunhão com Deus. Agora, esta mudança moral no homem somente pode ser feita por um ato do Espírito de Deus. Ele regenera o coração e comunica a este a vida e a natureza de Deus. As Escrituras mostram esta experiência como sendo um novo nascimento, pelo qual o homem se transforma em Filho de Deus (Jô 1:12; 3:3 – 5; 1 Jo 3:1). Por natureza, os homens são: (1) Filhos da ira – Ef 2:3; (2) Filhos da desobediência – Ef 2:2; (3) Filhos do Mundo – Lc 16:8; (4) Filhos do Diabo – Mt 13:38; 23:15; At 13:10; 1 Jo 3:10. Esta última expressão é usada especialmente para os que rejeitaram a Cristo, emJoão 8:44. Somente o novo nascimento pode produzir uma natureza santa dentro dospecadores de modo a tornar possível a comunhão com Deus.
Os Meios da Regeneração
A Escritura apresenta a regeneração como obra de Deus. Mas há numerosos meios e agências envolvidos na experiência, que faremos bem em notar.
1. A Vontade de Deus. Somos nascidos “da vontade de Deus” (Jô 1:13). As palavras de Tiago esclarecem ainda mais: “Pois, segundo seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade” (Tg 1:18).


2. A Morte e Ressurreição. Precisamos nos lembrar que o novo nascimento é condicionado à fé no Cristo crucificado (Jô 3:14 – 16); e que a ressurreição de Cristo está igualmente envolvida em nossa regeneração (1 Pe 1:3).
3. A Palavra de Deus. É um dos principais agentes para a nossa regeneração, como já vimos em Tiago 1:18. O mesmo pensamento é expresso em Jô 3:5; 1 Pe 1:23. Que a água a que se refere João 3:5 não é o batismo é evidenciado pelo fato de que em Ef 5:26 a nossa purificação é relacionada à Palavra. Deve-se explicar Tito 3:5 da mesma maneira, pois é claro que a água não tem poder regenerador. Paulo havia gerado os coríntios mediante o Evangelho (1 Co 4:15), mas havia batizado apenas alguns deles (1 Co 1:14 – 16). Zaqueu (Lc 19:9), o ladrão arrependido (Lc 23:42 – 43, e Cornélio (At 10:47) foram declarados salvos antes de terem sido batizados.
4. O Espírito Santo. O Agente eficaz real na regeneração é o Espírito Santo (Jô 3:5; Tt 3:5). A verdade não constrange a vontade por si só; além disso, o coração não regenerado odeia a verdade até ser trabalhado pelo Espírito Santo. O Senhor Jesus disse acerca do Espírito Santo, em João 16:8: “Quando ele vier convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”. Portanto, podemos afirmar que o Espírito Santo é tanto um Advogado quanto um Acusador. O rabino Eliezer bem Jacob diz: “Quem cumpre um mandamento – conseguiu um advogado para si, e quem transgride um mandamento – conseguiu um acusador para si”. Diz Strong: Não é um simples aumento na claridade que vai permitir que um cego veja; a enfermidade do olho tem que ser curada primeiro antes que os objetos externos se tornem visíveis... Apesar de trabalhada juntamente com a apresentação da verdade ao intelecto, a regeneração difere da persuasão moral por ser um ato imediato de Deus”.
Talvez seja de palavras como estas que afirmamos que alguns são “convencidos” mas não “convertidos”.
Os Resultados da Regeneração
(1) Aquele que é nascido de Deus vence a tentação (1 Jo 3:9; 5:4,18). O tempo presente em que todos esses verbos são usados indica uma vida de vitória contínua.
(2) A pessoa regenerada ama aos irmãos (1 Jo 5:1), à Palavra de Deus (Sl 119:97; 1 Pe 2:2), seus inimigos (Mt 5:43 – 48), e as almas perdidas (2 Co 5:14).
(3) A pessoa regenerada também goza de certos privilégios como Filho de Deus, como a satisfação de suas necessidades (Mt 6:31 – 32), de uma revelação da vontade do Pai (1 Co 2:10 – 12), e de ser guardada (1 Jo 5:18). (4) O homem que é nascido de Deus é herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo (Rm 8:16 – 17). Embora o entrar realmente no gozo da herança ainda esteja quase no futuro, o filho de Deus já agora tem um penhor dessa herança na dádiva do Espírito Santo (Ef 1:13 – 14). É claro que estes resultados não são diferentes visíveis aos olhos do mundo, mas são, não obstante, muito reais para aquele que nasceu para a família de Deus.
O Novo Nascimento
O que é? O Novo Nascimento é um milagre do Espírito Santo operado na natureza do indivíduo, transformando-o completamente. De fato o Novo Testamento é um novo começo. Por mais maculado que seja o seu passado; por mais deformado que seja o seu presente; por mais sombrio que pareça o seu futuro, há uma saída, há uma possibilidade de começar tudo de novo, pelo NOVO NASCIMENTO. Não é esta uma notícia maravilhosa?
Portanto, o Novo Nascimento é obra do Espírito Santo, não representa fruto do esforço ou boas qualidades do homem. Não há mérito humano na operação (João 3:6 – 7).
1. O batismo não efetua o Novo Nascimento. É falsa a doutrina que prega a regeneração pelo batismo.
2. Não se adquire por hereditariedade (João 1:12 – 13). A Igreja não tem poder de operar o Novo Nascimento. Como disse alguém: “Não serás um automóvel pelo fato de teres nascido em uma garagem”. Ninguém nasce de novo por pertencer a esta ou àquela Igreja.
3. Nenhum rito religioso, afinal, será capaz de efetuar o Novo Nascimento.
4. Não representa fruto de resoluções humanas. Assim como o nascimento físico depende de fatores fora do eu, na regeneração o eu é passivo, ele recebe o Novo Nascimento (Jô 1:12 – 13).
O Novo Nascimento é a penetração da vida divina no ser humano. O estado de pecado é um estado de morte, morte espiritual (Ef 2:1). O Novo Nascimento opera uma nova vida no ser humano. Como se vê, o fenômeno é inexplicável em seu alcance mais profundo. O próprio Nicodemos que era príncipe, um sábio, e mestre em Jerusalém, não entendeu isso pela mera exposição em palavras (João 3:4, 8, 9). Jesus insistiu na necessidade de experimentar o Novo Nascimento. Em matéria de religião, de vida espiritual, o caminho para a compreensão é viver, experimentar primeiro para depois entender. A mera especulação mental não penetra os mistérios espirituais.
A doutrina do Novo Testamento é amplamente encontrada nas Escrituras tanto no Novo, como no Antigo Testamento. É apresentada, às vezes, com palavras diferentes, mas a verdade é a mesma: que o homem não pode mover a si mesmo na direção do propósito de Deus; que como essa natureza total está comprometida com a corrupção do pecado é lhe impossível andar retamente no caminho de Deus. É necessário uma mudança de natureza e é Deus quem nele opera a transformação, tornando-o um novo ser em Cristo.
Há vários textos que merecem consideração e estudo para o conhecimento da doutrina, mas o capítulo 3 do Evangelho de João é o que mais longamente expõe o tema do Novo Nascimento. É o texto mais impressionante de toda a Bíblia; nenhum crente o pode ignorar como fato, muito menos na sua interpretação, pois a aplicação de seu eterno princípio de regeneração pela fé depende à entrada de qualquer um no Reino dos Céus.
Antes de expor a doutrina propriamente, esclareçamos algumas expressões usadas no texto:
FARISEUS – Constituíam uma três principais seitas do Judaísmo e era a melhor, ou a mais severa (Atos 26:5). Os Judeus foram combatidos por feroz perseguição de Antíoco Epifanes, rei da Síria, depois da volta do Cativeiro Babilônico. Os mais patriotas se organizaram em partido para resistirem à infiltração do Helenismo. Isso em 175 – 164 a. C. Logo, os fariseus tiveram uma nobre origem: visavam preservar a religião de Israel, as Escrituras Hebraicas, estimular o amor pátrio, etc. Mas seu nome aparece só lá pelos anos 135 – 105 a. C. Os fariseus criam na imortalidade da alma, na ressurreição do corpo, na existência do espírito, nas recompensas e castigos na vida futura (céu e inferno). E nisso se opunham aos sauduceus que não aceitavam nem uma nem outra destas coisas (Atos 23:6 – 6). Mas em matéria de religião não basta ter conceitos teológicos corretos, é preciso ter uma vida consentânea com aquilo que se crê.
Enfatizaram em extremo as formas externas de religião tornando-se legalistas.
Chegaram a transformar a religião num montão de formalismos sem vida. Opuseram-se ferrenhamente a Jesus. Foram duramente acusados por João Batista e por Jesus. Apesar de tudo, tiveram em seu meio homens de grande capacidade intelectual e social: tais como Gamaliel (At 5:34; 22:3); Saulo de Tarso (Fp 3:5), que veio a se converter mais tade (At 9:1 – 22), e a ser chamado para o apostolado; Nicodemos (Jô 3:1), e outros de muito boa vontade (At 5:34; Jô 7:50).
Os fariseus julgavam que por muito falarem seriam ouvidos em suas orações (Mt 6:7).
NICODEMOS – Agostinho descreve-o como “um dos crentes em quem Jesus não podia confiar logo” (Jô 2:24). A tradição rabínica o descreve como um dos três homens mais ricos de Jerusalém. Era de uma alta autoridade no Sinédrio, corpo legislativo, judicial e executivo entre os judeus.
Aparentemente no início desta entrevista ele está convencido, mas não convertido.
Jesus repudia o regime religioso do indivíduo Nicodemos e de toda a sua elite religiosa, e exige de lê radical transformação, se quer entrar no Reino dos Céus.
É mencionado três vezes no Evangelho de João. A primeira vez, visitando Jesus de noite (Jô 3:1 – 15); a segunda, protestando contra a condenação de Jesus sem o ouvirem.
Nicodemos estava tão impressionado com as palavras de Jesus que seu desejo era que seus colegas o ouvissem também (Jô 7:50 – 51); e a terceira vez, trazendo especiarias para ungir o corpo de Jesus em seu sepultamento (Jô 19:38 – 39).
DE NOITE – João 3:2, nos diz que Nicodemos “foi ter com Jesus de noite”. Por que de noite? Por que temia o povo? Envergonhava-se de Jesus? Ou apenas procurava uma entrevista mais longe do burburinho da multidão?
Parece que o problema era mesmo um temor político e social. Não queria prejudicar sua posição (Jô 3:10). O texto expõe, sem rodeios, o motivo – “por medo dos judeus” (Jô 19:38 – 39), em relação a José de Arimatéia. E Nicodemos? “A sinceridade militava contra a
timidez e a timidez contra a sinceridade no coração de Nicodemos” (O. Boyer). Pelo menos mostrou devoção a Jesus. Muitos que hoje censuram por ter procurado Jesus de noite, têm outros preconceitos que os arrastam de Jesus de dia e de noite, vivem longe dEle. Afinal, foi Nicodemos que cuidou (juntamente com José de Arimatéia), do corpo de Jesus e do seu sepultamento (Jô 19:38 – 39).
“Rabi, SABEMOS que és Mestre...” – o verbo está no plural – “sabemos” – Em nome de quem fala Nicodemos? Nicodemos fala por seu grupo. Era membro do Sinédrio e delegado único dos chefes dos judeus para saber de suas pretensões.
O magno tribunal já havia investigado oficialmente acerca de João Batista (João 1:19 – 31) nunca fez isso com relação a Jesus. E Nicodemos se queixa disso mais tarde (Jô 7:50), querendo que Jesus fosse ouvido em juízo. Ele mesmo ficara impressionado com a pessoa e o ensino de Jesus de ter estado com ele naquela noite memorável, posto que já estivesse anteriormente deslumbrado com seus milagres.
REINO DE DEUS – Os Judeus esperavam e criam que seria assinalada a vinda do Reino por manifestações de pompa e poderio político e militar. O Reino de Deus era a época Messiânica. Jesus aqui proclama uma ordem espiritual invisível aos olhos, aos sentidos. A regeneração é isso – o arrependimento para a remissão de pecados e a renovação pelo Espírito Santo; e esta experiência dupla é indispensável para a entrada no
Reino dos Céus.
O Reino dos Céus é o domínio de Deus e de Cristo e do Espírito Santo sobre a vida do discípulo, da Igreja (cf Lucas 17:20 – 21). É a vontade de Deus se consumando. É chamado o “Supremo Bem”. Não há nada melhor ou equivalente ao Reino de Deus na vida.
NASCER DA ÁGUA E DO ESPÍRITO – Muitas são as Interpretações que tem sido dadas a estas palavras.
1. C. H. Wright, erudito anglicano, interpreta como sinônimas as expressões.
Assim, para ele, nascer da água e do Espírito é uma e a mesma coisa. Jesus apenas enfatiza a necessidade de nascer de cima.
2. Outros evangélicos aceitam que a expressão toma o sinal (batismo) pelo significado (arrependimento), assim, nascer da água seria “nascer do arrependimento”.
3. Há quem interprete “nascer da água”, como o primeiro nascimento, pelo aspecto impressionante do parto.
4. Há os que fogem da idéia do Reino Espiritual e o identificam com as Igrejas, e dão ao batismo o valor de entrar nas igrejas, admitem nisso equivalência com entrar no Reino.
5. Além de uma outra mais generalizada, tanto quanto mais falsa ideia sacramentalista que interpreta a expressão “nascer da água”, como uma referência do Mestre ao batismo. É a idéia católica da Regeneração Batismal, através do sacramento chamado batismo.
Seguindo Taylor, opomos as seguintes refutações:
1. Taylor não concorda que sejam sinônimas as expressões, embora admitindo a probabilidade de que o fossem. E, contudo, pode-se optar pela interpretação bastante inteligente do Dr. Wright, sem ferir qualquer doutrina bíblica, sem cair no sacramentalismo anti-bíblico. Pode-se, pois admitir as duas expressões – “nascer da água e do Espírito” – apenas como repetição da idéia para enfatizar a necessidade de uma transformação a operar por Deus. Neste caso as duas são uma e a mesma coisa – nascer de novo, nascer de cima.
2. É arriscado supor que Nicodemos devesse entender como arrependimento o “nascer da água”, ou como batismo ou qualquer forma de nascimento, muito menos ligá-lo à idéia de “entrar na igreja”.
3. A idéia sacramentalista, que admite o “nascer da água” como sendo o batismo requisito ao Novo Nascimento, é contraditória: a. Quando afirma que o único batismo conhecido era o de João;
b. Que este era destituído da graça salvadora e do Espírito regenerador;
c. Que o batismo cristão só começaria no dia de Pentecoste, de conformidade com o Concílio de Trento.
É o mesmo que admitir que Jesus estivesse a afirmar algo mais ou menos assim: “Nicodemos, se você não nascer de novo não poderá entrar no Reino dos Céus; entretanto, como você bem sabe isso é coisa absolutamente impossível no presente, pois o batismo ainda não foi instituído”. Mas nós sabemos que Jesus tem melhor “bom senso”, do que o mero pregador.
d. Quando admite que o batismo é o meio pelo qual se opera o Novo Nascimento. É ou não contraditório
Além de tudo isso, a idéia sacramentalista entra em contradição com todo o ensino claro das Escrituras sobre a doutrina bíblica do batismo, que não tem o poder de operar a regeneração; o batismo não salva. É para ser ministrado a pessoas que já tenham tido a experiência do Novo Nascimento.
A participação dos ritos sacramentais de qualquer seita religiosa não abre a porta a ninguém para entrar no Reino de Deus, mas só pelo arrependimento e fé, caminhos bíblicos da regeneração. Pois, se fosse de outro modo (pelo batismo), não seria razoável censurar Nicodemos por não entender o ensino de Jesus. Sabemos, pois, que “nascer da água”, não é o mesmo que batismo.
Mas, então, o que queria Jesus dizer com a expressão “nascer da água e do Espírito”?
Um dos fatores indispensáveis na regeneração do pecador é a Palavra de Deus, o Evangelho. Vários textos ensinam isto: Jô 15:3; Ef 5:26; Hb 4:12; 10:22; Tg 1:21; 1 Pe 1:22 – 23; etc. “É doutrina bíblica inegável que o Espírito Santo regenera pela Palavra”.
Taylor, depois de longa análise e muitas citações, conclui:
“Essas considerações me levam a afirmar que aqui, como nas outras passagens estudadas nas páginas do Evangelho de João, Jesus ensina um Novo Nascimento com dois fatores sublimes: o poder purificador do Evangelho de salvação pelo sangue de Jesus e a obra vitalizadora do Espírito Santo que acompanha a pregação e opera no pecador ouvinte a graça e a Nova Vida”.
Esta interpretação concorda com outros textos mais claros da Palavra de Deus e justifica a circunstância de haver Jesus censurado a Nicodemos por não haver entendido o Seu ensino. E Nicodemos era profundo conhecedor dos textos vetero-testamentários, tais como Isaias 44:3; Ezequiel 36:25 – 26; etc; que tratam da regeneração como operação divina pelo Seu poder e pela Sua palavra.
“Água, simboliza pois, a purificação efetuada no crente pelo Evangelho de Jesus, fator sublime na regeneração – Evangelho da purificação operada no pecador pelo sangue remidor de Jesus”.
Observe o versículo 6 do capítulo 3 do Evangelho de João: “Todo o que é nascido do Espírito é espírito”. Não apenas o crente batizado. Todo o crente tem a vida eterna, antes do seu batismo, quando crê. Haja vista o caso do ladrão convertido à cruz, foi salvo sem batismo, quando lhe prometeu Jesus: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23:43). Não é possível pois, que Jesus estivesse falando de batismo como meio de Nascer de Novo.
Evidências do Novo Nascimento

1. Uma nova visão e compreensão espiritual – 2 Co 4:6; Ef 1:18; 1 Co 2:14
2. O coração sofre uma revolução – Ez 36:26; Ef 4:20 – 24
3. Uma vontade transformada – Ef 5:15 – 17
4. Uma atitude diferente para com o pecado – Rm 6:1 – 23
5. Uma disposição de obedecer a Deus – 1 Jo 2:6
6. Um coração habitado por Cristo – Jô 14:23; Cl 1:27
7. Uma vida separada do mundo Tg 4:4; 1 Jo 2:15 – 17

a. Luz do mundo – Mt 5:14 – 16
b. Sal da terra – Mt 5:13
c. Bom Perfume – 2 Co 15:16

Justificação
Por natureza, o homem não somente é filho do mal, mas é também um transgressor e um criminoso (Rm 3:23; 5:6 – 10; Cl 1:21; Tt 3:3). Na regeneração, o homem recebe uma nova vida e uma nova natureza; na justificação, uma nova posição. A justificação pode ser definida como o ato de Deus pelo qual Ele declara justo aquele que crê em Cristo. O Breve Catecismo afirma:
“Justificação é um ato da livre graça de Deus, pelo qual ele perdoa todos os nossos pecados e nos aceita como justos a seus olhos, somente pela justiça de Cristo a nós imputada e recebida pela fé.” A justificação é um ato declarativo. Não é algo operado no homem, mas sim algo declarado a respeito do homem.
1. A Remissão da Pena. A pena para o pecado é a morte (Rm 5:12 – 14; 6:23). Se o homem for ser salvo, esta pena terá que ser removida primeiro. Foi removida pela morte de Cristo, e é na morte de Cristo, que sofreu o castigo de nossos pecados em Seu próprio corpo no madeiro (1 Pe 2:24).
2. A Imputação da Justiça. Como justificação é acertar a pessoa com a Lei, precisamos observar, como diz Strong, que “a lei requer não simplesmente a ausência de ofensa negativamente, mas toda maneira de obediência e semelhança a Deus positivamente”. Em outras palavras, o pecador precisa não apenas ser perdoado por seus pecados passados, mas também receber uma justiça positiva antes de poder ter comunhão com Deus. Esta necessidade é satisfeita na imputação da justiça de Cristo ao crente. Imputar é debitar a alguém (cf Sl 32:2; Rm 1:17; 1 Co 1:30; 2 Co 5:21; Fm 18).
Devemos observar que este não é o atributo de Deus, pois a nossa fé nada tem a ver com ele; mas sim a justiça que Deus providenciou para aquele que crê em Cristo. Assim, Deus nos restaura ao favor imputando-nos a justiça de Cristo. Esta é a veste nupcial que está pronta para todo aquele que aceita o convite para o banquete (Mt 22:11 – 12; Lc 15:22 – 24).

O Método da Justificação
1. Não é pelas obras da Lei – Rm 3:20; Gl 2:16. Os homens não são salvos por “fazerem o melhor que podem”, mas são salvos por “crerem nAquele que fez o melhor”. A justificação pela Lei só acontece através do cumprimento “total” da mesma!
2. É pela Graça de Deus – Rm 3:24; Tt 3:7.
3. É pelo Sangue de Cristo – Rm 5:9.
4. É pela Fé – Rm 3:26 – 30; 4:5 – 12; 5:1; Gl 3:8, 24.
Adoção
A doutrina da adoção é puramente paulina. Os outros autores do NT associam as bênçãos que Paulo relaciona à adoção com as doutrinas da regeneração e da justificação. A palavra grega traduzida como adoção (huiothesia), somente ocorre cinco vezes nas Escrituras, e todas elas nos escritos de Paulo: Rm 8:15, 23; 9:4; Gl 4:5; Ef 1:5. Uma vez é aplicado a Israel como nação (Rm 9:4); uma vez relaciona a completa realização da adoção à vinda futura de Cristo (Rm 8:23); e três vezes, declara ser ela um fato presente na vida do Cristão.
Definição
Como a palavra grega (huiothesia) indica, adoção é literalmente colocar na posição de filho. Scofield diz:
Adoção, “colocar na posição de filho” não é tanto uma palavra de relacionamento como de posição. A relação de filho do crente para com Deus resulta do novo nascimento (Jô 1:12 – 13), ao passo que adoção é o ato de Deus pelo qual aquele que já é filho, através de redenção da lei, é colocado na posição de filho adulto (Gl 4:1 – 5). O Espírito que habita no crente o leva à percepção disto em sua experiência presente (Gl 4:6); mas a plena manifestação de sua filiação aguarda a ressurreição, transformação e trasladação dos santos, e é chamada de “redenção do corpo” (Rm 8:23; 1 Ts 4:14 – 17; Ef 1:4; 1 Jo 3:2).
Quer-nos parecer que Paulo considerava os crentes do AT como “filhos” embora “de menor idade”; mas os crentes do NT ele considerava tanto como “filhos” quanto “filhos adultos”. As principais vantagens da filiação, segundo Paulo, são a libertação da Lei (Gl 4:3 – 5) e a posse do Espírito Santo, o Espírito de Filiação (Gl 4:6). Resumindo: na regeneração, recebemos nova vida; na justificação, uma nova reputação; na adoção, uma nova posição.

O Tempo da Adoção
A adoção tem um relacionamento tríplice de tempo:
(1) Nos conselhos de Deus, foi um ato do passado eterno (Ef 1:5). Antes mesmo de começar a raça hebraica, sim antes da criação, Ele nos predestinou para esta posição (cf Hb 11:39 – 40). (2) Na experiência pessoal ela se torna verdadeira para o crente na hora em que ele aceita a Jesus Cristo (Gl 3:26).
(3) Mas a percepção plena da filiação aguarda a vinda de Cristo. É naquela hora que a adoção será plenamente consumida (Rm 8:23).
Os resultados da Adoção
(1) Talvez o primeiro dentre eles seja a libertação da lei (Rm 8:15; Gl 4:4 – 5). Ocrente já não está debaixo de “guardiões e aios”.
(2) O penhor da herança, que é o Espírito Santo (Gl 4:6 – 7; Ef 1:11 – 14). O Pai ajuda o filho adulto a começar com a investidura do Espírito. É o pagamento inicial da herança total que ele receberá quando Cristo vier.
Santificação
Santidade de Deus
A palavra hebraica para “santo” é quadash, derivada da raiz quad, que significa “cortar” ou “separar”. A idéia básica de santidade de Deus não é tanto uma qualidade moral de Deus, mas, sim, a posição ou relação entre Deus e alguma coisa ou pessoa. É dupla a idéia bíblica da santidade de Deus. (1) Ele é absolutamente distinto de todas as suas criaturas e exaltado sobre elas em infinita majestade. (2) Há um aspecto especificamente ético, e isto significa que em virtude de Sua santidade Deus não tem comunhão com o pecado (Jô 34:10; Hc 1:13; 1 Jo 1:5).
Definição de Santificação
1. Separação para Deus.
A separação para Deus pressupõe separação da impureza. Isto se refere a coisas, lugares ou pessoas (2 Co 6:14 – 7:1).
2. Imputação de Cristo como nossa santidade.
A imputação de Cristo como nossa santidade acompanha a imputação de Cristo como nossa justiça. Ele se tornou justiça e santificação para nós (1 Co 1:30). Paulo diz que somos “santificados em Cristo Jesus” (1 Co 1:2; At 26:18; Ef 5:26). Assim, o crente é reconhecido como santo bem como justo por estar revestido com a santidade de Cristo.
Neste sentido, todos os crentes são chamados de “santos” sem levar em consideração suas conquistas espirituais (Rm 1:7; 1 Co 1:2; Ef 1:1; Fp 1:1; Cl 1:1). É a conhecida “santificação posicional”.
3. Purificação do Mal Moral.
Esta é a “santificação progressiva”. A pergunta do salmista é: “de que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho?”. Tem como resposta, “observando-o segundo a Tua Palavra” (Sl 119>9). É um processo contínuo.
4. Conformidade com a Imagem de Cristo.
A conformidade com a imagem de Cristo é o aspecto positivo da santificação, assim como a purificação é o negativo, a separação e imputação são o posicional. Alguns textos básicos para esta verdade são: Rm 8:9; 2 Co 3:18; Gl 5:22 – 23; Fp 1:6; 3:10; 1 Jo 3:2).
Claramente este é um processo que se estende por toda a vida e que só será consumado por completo quando estivermos com o Senhor.
Os Meios de Santificação
“Santos sereis, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (Lv 19:2; 1 Pe 1:16).
Evidentemente que estamos nos referindo à “santificação progressiva”. O primeiro meio de santificação é a Palavra de Deus, ou seja, a meditação e a obediência à mesma (Sl 119:9; Jô 15:3; 17:17; Ef 5:26; 2 Tm 3:16; 1 Pe 1:22 – 23). O segundo meio de santificação é a prática da auto disciplina através de jejum, oração, meditação, estudos, etc (1 Co 9:27). E o terceiro meio seria por meio do poder do Espírito Santo (Rm 8:13).
Perseverança
“Se compreendida corretamente, esta doutrina oferece muito conforto; mas não deve-se abusar dela ou interpretá-la mal. As Escrituras ensinam que todos aqueles que, mediante a fé, são unidos a Cristo, que foram justificados pela graça de Deus e regenerados por Seu Espírito, jamais cairão total ou finalmente do estado de graça, mas certamente nele perseverarão até o final. Isto não significa que jamais escorregarão, jamais pecarão; ou que todo aquele que professa ser salvo, está salvo para a eternidade.
Simplesmente significa que eles jamais cairão totalmente do estado da graça ao qual foram trazidos, nem deixarão de, no fim, levantar-se de novo quando escorregarem. A doutrina da segurança eterna só é aplicável àqueles que tiveram uma experiência vital de salvação” (Henry Clarence Thiessen,

 

Palestras em Teologia Sistemática).
Posições Favoráveis à Doutrina
1. O Propósito de Deus (Is 14:24; Rm 8:35 – 39)
2. A Mediação de Cristo (Hb 7:25)
3. A contínua capacidade de Deus de nos guardar (Fp 1:6; 2 Tm 1:12; Jd 24)
4. A natureza da mudança no crente (2 Co 5:15)
Posições Contrárias à Doutrina
1. Introduz à Frouxidão e Indolência
2. Rouba a Liberdade do Homem
3. As Escrituras ensinam o contrário (Jô 15:1 – 6 Mt 24:13; Hb 6:4 – 6) Não pretendemos que esta seja uma conclusão completa sobre o assunto.
Entretanto, o que queremos é ressaltar alguns fatos:
1. As Escrituras mostram que a união do crente com Cristo é expressa de diversas formas: (a) a união entre o edifício e seu fundamento (Ef 2:20 – 22; Cl 2:27; 1 Pe 2:4 – 5);
(b) a união entre marido e mulher (Rm 7:4; Ef 5:31 – 32; Ap 19:7 – 9); (c) a união entre o Pastor e as ovelhas (Jô 10:27 – 28); (d) a união entre a videira e seus ramos (Jô 15:1 – 6);
(e) a união entre a cabeça e o corpo (1 Co 12:12; Ef 1:22 – 23).
2. Nosso relacionamento com Cristo é também descrito em termos de “Aliança” (cf Mt 26:28; 1 Co 11:25). Aliança, é “um pacto ou contrato entre duas partes, que as obriga mutuamente a assumir compromissos cada uma em prol da outra. Teologicamente denota um compromisso gracioso da parte de Deus no sentido de beneficiar e abençoar o homem e, especificamente, aqueles homens que, pela fé, recebem as promessas e se obrigam a cumprir os deveres envolvidos neste compromisso” (Enciclopédia Histórico-Teológica)
3. O que é um crente? A palavra grega (pistos) para ‘crente’ é a mesma para ‘fiel’.
O Problema da Apostasia
Hebreus 6:4 – 8 é a passagem mais difícil da carta, e tem dado espaço para muita polêmica através dos séculos. Contudo, é bom lembrar que o propósito das Escrituras não é confundir a mente de ninguém, e sim iluminar, esclarecer (cf Sl 119:105; Jô 1:4; 8:12).
Para aqueles que acreditam na possibilidade de apostasia pessoal, Hebreus 6:4 – 8 é obviamente uma das passagens mais Importantes. É tão importante como Hebreus 10:26 – 31 e 2 Pedro 2:20 – 22; isto sem mencionar outras passagens significantes que providenciam a base para o ensino deste assunto.
Cremos que uma série de perguntas devem ser levantadas para que possamos entender melhor este parágrafo (Hb 6:4 – 8).
1º - Qual é o tema de Hebreus? Já sabemos que a superioridade do evangelho de Cristo é um tema relevante em Hebreus. Mas, se observarmos bem, verificaremos que há várias advertências dentro desta carta, que estimulam os leitores a firmarem-se na fé (eg 2:1; 3:6, 12, 14; 4:14; 6:12; 10:23, 26 – 31, 35 – 39). Portanto, a pergunta: qual a razão de ser de todas essas advertências? Por que avisar alguém de um perigo se é impossível que ele seja ferido por este?
2º - Hebreus 6:4 – 5 descreve a verdadeira experiência de salvação? A resposta só poderá ser dada mediante uma séria exegese do referido texto.

 

Primeira Experiência: “uma vez foram iluminados”. O verbo grego photizomai significa dar alguém uma luz ou trazê-lo para a luz. A mesma exata descrição é usada em 10:32, onde também não há nenhuma razão para duvidar de que é um sinônimo para a conversão. “A iluminação indica que Deus dá o entendimento e os olhos da luz espiritual”.
“A idéia da iluminação é característica do NT em relação à mensagem de Deus ao homem. Isto é especialmente verdadeiro no que diz respeito ao Evangelho segundo João em que Jesus declara ser a luz do Mundo (8:12). Outro paralelo é 2 Co 4:4. Por isso, sempre que a luz tem brilhado nas mentes humanas tem vindo alguma compreensão da glória de Cristo” (Dondald Guthrie, Hebreus).

 

A Palavra interpretada “uma vez” (no grego hapax) tem a idéria de “uma vez para sempre” ou “uma vez eficaz”. Esta mesma palavra é repetida em Hebreus em 9:7, 26, 27, 28; 10:2; 12:26 e 27. Nestes outros lugares a palavra conscientemente implica alguma coisa feita de uma vez e de tal maneira que nenhuma repetição ou adição seja necessária para completá-la. Kent reconhece que “o uso de ‘uma vez para sempre’, direciona-se a alguma coisa completa ao invés de uma parcial ou inadequada”.
Segunda Experiência: “provaram o dom celestial”. “Provar” é o verbo grego geúdomai (provar, experimentar), e “expressa o desfrutar real e consciente das bênçãos aprendidas em seu verdadeiro caráter”. Cremos que “o dom celestial” é algo que veio de Deus, obviamente. Paulo afirma em Efésios 2:8 que a salvação é “dom de Deus”. Portanto, se ela é “dom de Deus”, constitui-se num “dom celestial”.
“A idéia de provar o dom celestial subentende mais do que um mero conhecimento da verdade. Subentende a experiência dela. Este é um uso lingüístico do AT (cf Sl 34:8). No NT, 1 Pedro 2:3 contém a mesma idéia. Há um desenvolvimento entre saber acerca do alimento, até mesmo gostar da aparência dele, e realmente prová-lo. Ninguém pode apenas fingir provar um alimento. Mas o que significa esta expressão? Em nenhuma parte do NT “o dom celestial” é mencionado, embora a idéia de um dom de Deus ocorra várias vezes, principalmente em relação ao Espírito Santo (cf At 10:45; 11:17). Noutros casos, é ligado com a graça de Deus (Rm 5:15; Ef 3:7; 4:7), onde abrange a totalidade da dádiva da salvação. Na presente declaração, o conteúdo do dom não é definido, mas a sua origem é abertamente declarada – não é de feito humano” (Guthrie).
Terceira Experiência: “se tornaram participantes do Espírito Santo”. A palavra compartilhar (metochoi), que quer dizer “para ter junto com”, é aparentemente usada pelo autor de Hebreus, exclusivamente para se referir à participação comum do cristão em coisas relacionadas a sua salvação (cf 3:1, 14; 12:8). Qualquer uma destas três referências são em si mesmas adequadas para qualificar tal “participante” como um cristão. E ninguém no NT se torna “participante” do Espírito Santo sem tornar-se um cristão (At 2:38 – 39; Rm 8:9; 1 Co 12:13; Gl 3:14; 4:6).
“A idéia de participar do Espírito Santo é notável. Isto ediatamente distingue a pessoa daquela que não tem mais do que um conhecimento superficial do cristianismo”
(Guthrie).
Quarta Experiência: “provaram a boa palavra de Deus”. “Não é por acidente que o que é provado não é a própria palavra de Deus, mas, sim, a sua bondade. A distinção é importante. É possível abordar a palavra de Deus de modo sincero, mas sem efeito. No presente caso, os que provaram a bondade estavam bem imersos na experiência cristã. A frase descritiva “palavra de Deus” (Theou rhêma) ocorre outra vez em 11:3 e nalguns outros lugares no NT, mas não é tão freqüente quanto a expressão mais geral, porém paralela (logos tou Theou), que ocorre nesta epístola em 4:12 e 13:7. A presente frase chama a atenção mais a uma comunicação específica de Deus do que a uma mensagem geral de Deus. De fato, pode, mas provavelmente referir-se à experiência de Deus que a pessoa conhece na conversão, quando a maravilhosa condescendência de Deus para com os pecadores raia sobre a alma em toda a sua beleza resplandecente (Guthrie). O evangelho é fruto da bondade de Deus (1 Pe 2:1 – 3).
Quinta Experiência: “provaram os poderes do mundo vindouro”. Alguns interpretam “poderes” (dynameis) como milagres, pelo fato do termo ter sido traduzido assim em outras partes do NT (cf Mt 13:58; Hb 2:4). Mas, quem experimenta a salvação em Cristo Jesus, já começa a “provar” o “mundo vindouro” (mellontos aiônios), ou “os poderes da era que há de vir” (NVI). Devemos lembrar que o Reino de Deus é tanto presente quanto futuro. Por isso, quem entra para o Reino já começa a provar agora, bênçãos que atingirá o clímax na segunda vinda do Senhor Jesus; é o famoso “já e ainda não”.
Agora que fizemos esta exegese, podemos concluir: seria difícil encontrar uma melhor descrição de uma conversão genuína.
3º - Isto descreve a apostasia da salvação? A resposta está na interpretação da expressão “e caíram” (v 6). O termo grego “parapíptõ” significa “cair”, “cair para fora”, “desviar-se”. Esta é a única vez em que este verbo é usado no NT; ela ocorre na LXX em Ezequiel 18:24. contudo, apesar da única ocorrência, outros versículos de Hebreus expressam a mesma idéia (eg 2:1; 3:12; 10:38; 12:25).

4º - Qual é a natureza da referida impossibilidade? “... é impossível outra vez renoválos para arrependimento, visto que de novo estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus, expondo-o à ignomínia” (v 6). Guthrie afirma que esta declaração só pode ser ligada a uma “apostasia completa”. “Talvez esteja pensando que tais apóstatas seriam mais culpáveis do que aqueles que originalmente clamaram ‘crucifica-o’, que nunca conheceram coisa alguma acerca da maravilhosa graça de Deus através de Cristo”. Tudo indica que esta “apostasia completa” é uma forma de crucificar, expor, odiar e desprezar novamente o Filho de Deus.
Esta passagem tem causado extensos debates, e tem resultado em muitos malentendimentos.
O problema principal é se o escritor está dando a entender que um cristão pode cair tão longe da graça a ponto de ser culpado do pior delito contra o Filho de Deus.
Se a resposta for sim, como explicaremos aquelas outras passagens que sugerem a segurança eterna dos crentes?
Uma coisa precisa ser lembrada: a passagem inteira é vista do lado das responsabilidades do homem, e não uma exposição sobre a natureza da graça.
Outra coisa é que o arrependimento é um ato que envolve a auto-humilhação do pecador diante de um Deus santo, e fica evidente porque um homem com uma atitude de desprezo para com Cristo não tem possibilidade de arrependimento. O processo do endurecimento fornece uma casca impenetrável que remove toda a sensibilidade para com o pleitear do Espírito. Chega-se a um ponto de nenhum retorno, quando, então, a restauração é impossível.
Nos versículos 7 – 8, o autor ilustra o que acabou de afirmar com uma realidade da natureza. O Novo Testamento contém muitos exemplos de ilustrações agrícolas sendo usadas para recomendar verdades espirituais. Isto se deve ao fato de que as leis naturais estão ligadas com as leis espirituais, porque os dois tipos de leis têm o mesmo originador e, por esta razão, os fenômenos naturais podem servir de analogias espirituais. Negligenciar o cultivo da terra leva a resultados sem valor, da mesma maneira que a recusa de apegar-se às provisões da graça de Deus leva à bancarrota espiritual. Podemos afirmar então, que é uma parábola de dois campos para mostrar dois tipos de pessoas:
- Os dois campos pertencem ao mesmo dono: Deus.
- Os dois campos recebem o mesmo tratamento: Chuva.
- Os dois campos produzem coisas diferentes:
Erva útil = bênção da parte de Deus
Espinhos e abrolhos = será queimado.

 

A Bíblia Viva diz: “Quando a terra de um lavrador recebeu muitas chuvas e surgiram boas colheitas, aquela terra obteve a bênção de Deus sobre ela. Porém se continuar dando safras de ervas daninhas e espinhos, essa terra é considerada imprestável, e está pronta para ser condenada e queimada”.
Conclusão: Nossa rebeldia (apostasia) pode mudar a história da nossa salvação.

 

HAMARTIOLOGIA
 

(Doutrina do Pecado)
Origem do Mal
O problema do mal que há no mundo sempre foi considerado um dos mais profundos problemas da filosofia e da Teologia. É um problema que se impõe naturalmente à atenção do homem, visto que o poder do mal é forte e universal, é uma do ença sempre presente na vida em todas as manifestações desta, e é matéria da experiência diária na vida de todos os homens. Como podemos então explicar o relacionamento entre Deus e o mal?
Alguns afirmam o mal e negam a realidade de Deus (Ateísmo). Outros afirmam a Deus e negam a realidade do mal (Panteísmo). Outros, no entanto, procuram afirmar um em oposição eterna com o outro (Dualismo). Já o Teísmo explica o relacionamento entre Deus e o mal com um Deus infinitamente bom e poderoso que permitiu o mal para produzir um bem maior. Ou seja, esse mundo livre é a melhor maneira de produzir o melhor mundo.
Deus não é o autor do mal. Ele livremente criou o mundo, não porque precisava fazê-lo, mas sim, porque desejava criar. Deus criou criaturas semelhantes a Ele mesmo, que poderiam amá-lo livremente. No entanto, essas criaturas poderiam também odiá-lo. Ele deseja que todos os homens o amem, mas não forçará nenhum deles a amá-lo contra sua vontade.
Deus persuadirá os homens a amá-lo tanto quanto for possível. Ele outorgará àqueles que não querem amá-lo a escolha livre deles eternamente (ou seja, o inferno).
Finalmente, o amor de Deus é engrandecido quando retribuímos seu amor (visto que primeiramente nos amou), bem como quando não o retribuímos. Ele demonstra assim quão grandioso Ele é amando até mesmo aqueles que O odeiam. No final, deus terá compartilhado Seu amor com todos os homens. Ele terá salvo tantos quanto podia salvar sem violar o livre arbítrio dos homens.

John W. Wenham afirma:
“A devoção de um ser livre é de um nível mais elevado... A outorga de liberdade de escolha ao homem envolve a possibilidade (na presciência de Deus envolve certeza) de pecar, com todas suas horríveis conseqüências. Todavia, parece que esta liberdade foi um pré-requisito para um conhecimento profundo de Deus. A devoção de um ser livre e racional é de um nível mais elevado e mais bela do que a de um animal, muito embora o amor entre os seres humanos e os animais possa ser notável. Entretanto, esta liberdade humana envolve a possibilidade de crueldade,imoralidade, ódio, e guerra... todavia, apesar de todas essas coisas, nenhum homem convertido desejaria mudar sua situação para a de um animal ou de uma máquina.”
Dados bíblicos a respeito da origem do pecado.
Na escritura, o mal moral existente no mundo, transparece claramente no pecado, isto é, como transgressão da lei de Deus.
1 - Não se pode considerar Deus como o seu Autor.
O decreto eterno de Deus evidentemente deu a certeza da entrada do pecado no mundo, mas não se pode interpretar isso de modo que faça de Deus a causa do pecado no sentido de ser Ele o seu autor responsável. Esta idéia é claramente excluída pela Escritura.Longe de Deus o praticar ele a perversidade e do Todo-poderoso o cometer injustiça... (Jó 34:10). Ele é o Santo Deus... (Is 6:3). Ele não pode ser tentado pelo mal e ele próprio não tenta a ninguém... (Tg 1:13). Quando criou o homem, criou-o bom e à sua imagem. Ele positivamente odeia o pecado, (Dt 25:16 , Sl 5:4 , 11:5 , Zc 8:17 , Lc 16:15) e em Cristo fez provisão para libertar do pecado do homem.
2- O Pecado se originou no Mundo Angélico.
A Bíblia nos ensina que na tentativa de investigar a origem do pecado devemos retornar à queda do homem, na descrição de Gn 3 e fixar a atenção em algo que sucedeu no mundo angélico. Deus criou um grande número de anjos, e estes eram todos bons, quando saíram das mãos do seu Criador, (Gn 1:31). Mas ocorreu uma queda no mundo angélico, queda na qual legiões de anjos se apartaram de Deus (Ez 28:15; Ez 23:13 – 17; Is 14:12 – 15). A ocasião exata dessa queda não é indicada, mas em (Jo 8:44) Jesus fala do diabo como assassino desde o princípio e em (1 Jo 3:8 ) diz João que o Diabo peca desde o princípio.

 

3 - A origem do pecado na raça humana.
 

Com respeito à origem do pecado na história da humanidade, a Bíblia ensina que ele teve início com a transgressão de Adão no paraíso e, portanto, com um ato perfeitamente voluntário da parte do homem. O tentador veio do mundo dos espí ritos com a sugestão de que o homem, colocando-se em oposição a Deus, poderia tornar-se semelhante a Deus.
Adão se rendeu à tentação e cometeu o primeiro pecado, comendo do fruto proibido. Esse pecado trouxe consigo corrupção permanente, corrupção que dada a solidariedade da raça humana, teria efeito não somente sobre Adão, mas também sobre todos os seus descendentes.
Como resultado da queda, o pai da raça só pode transmitir uma natureza depravada aos pósteros. Dessa fonte não Santa o pecado fluí numa corrente impura passando para todas as gerações de homens corrompendo tudo e todos com que entra em contato. É exatamente esse estado de coisas que torna tão pertinente a pergunta de Jó: “Quem da imundície poderá tirar cousa pura? Ninguém” (Jó 14:4).

Adão pecou não somente como pai da raça humana, mas também como chefe representativo de todos os seus descendentes, e, portanto, a culpa do seu pecado é posta na conta deles, pelo que todos são possíveis de punição e morte. É primariamente nesse sentido que o Pecado de Adão é o pecado de todos. É o que Paulo ensina em (Rm 5:12). “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.”
Adão era o representante de toda a raça. Adão pecou, e como representante transmitiu seu pecado a toda raça (Os 6:7). Adão continha nele toda a posteridade da raça, por isso, o seu pecado foi imputado a todos, porque todos estavam em Adão.
Por causa do pecado de Adão a culpa foi imputada imediatamente à raça humana, e por sermos da mesma raça de Adão a natureza pecaminosa é transmitida por ‘hereditáriedade’.
Deus atribui a todos os homens a condição de pecadores, culpados em Adão, exatamente como adjudica a todos os crentes a condição de justos em Jesus Cristo. É o que Paulo quer dizer, quando afirma: “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores; assim também por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.” ( Rm 5:18,19).
O primeiro homem desobedeceu à vontade de Deus, e trouxe sobre si e sobre todos os seus descendentes as conseqüências da sua desobediência. Aquele estado de comunhão perfeita entre Deus e o homem foi quebrado, formando uma barreira (pecado) entre a criatura e o criador.

 

A Natureza do Pecado ou da Queda do Homem.
 

O pecado é uma transgressão, um erro de caminho ou alvo (tortuosidade ou perversidade), contrário à ‘retidão’ que é um andar reto num ideal ou alvo colocado por Deus.
 

1 – Seu caráter Formal : Pode-se dizer que numa perspectiva puramente formal , o primeiro pecado do homem consistiu em comer ele dá arvore do conhecimento do bem e do mal. Quer dizer que não seria pecaminoso, se Deus não tivesse dito: “Da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás.” A ordem dada por Deus para não se comer do fruto da árvore serviu simplesmente ao propósito de por à prova a obediência do homem.
Foi um teste de pura obediência desde que Deus de modo nenhum procurou justificar ou explicar a proibição.

2 – Seu caráter essencial e material: O primeiro pecado do homem foi um pecado típico, isto é, um pecado no qual a essência real do pecado se revela claramente. A essência desse pecado está no fato de que Adão se colocou em oposição a Deus, recusou-se a sujeitar a sua vontade a vontade de Deus de modo que Deus determinasse o curso da sua vida, e tentou ativamente tomar a coisa toda das mãos de Deus e determinar ele próprio o futuro. Naturalmente pode-se distinguir diferentes elementos do seu primeiro pecado:
 

No intelecto, revelou-se como incredulidade e orgulho na vontade como o desejo de ser como Deus, e nos sentimentos como uma ímpia satisfação ao comer do fruto proibido.
 

A Queda – O Pecado Original
1 – A culpa original: A palavra ‘culpa’ expressa a relação que há entre o pecado e a justiça, ou, como o colocam os teólogos mais antigos, e a penalidade da lei. É a condenação a qual todo homem está sujeito por causa do pecado. Quem é culpado está numa relação penal com a lei. Podemos falar da culpa em dois senetidos, a saber, como reatus culpae (réu convicto) e como reatus poenae (réu passível de condenação). O sentido habitual, porém, em que falamos de culpa na teologia, é o de reatus poenae. Com isto se quer dizer merecimento de punição, ou obrigação de prestar satisfação à justiça de Deus pela violação da lei, feita por determinação pessoal. Isso é evidenciado pelo fato de que, como a Bíblia ensina, a morte, como castigo do pecado, passou de Adão a todos os seus descendentes: (Rm 5:12 - 19, Ef 2:3, 1 Co 15:22).
2 – Depravação Total: O significado Teológico da palavra é ‘que todos os homens são por natureza pecadores, totalmente depravados’, ou seja, todas as inclinações mentais (que são o princípio das ações externas) são completamente corrompidas. Em vista do seu caráter impregnante, a corrupção herdada toma o nome de depravação total; muitas vezes esta frase é mal compreendida, e portanto requer cuidados discriminação. Esta depravação total é negada pelos pelagianos, pelos socinianos e pelos arminianos do século dezessete, mas é ensinada claramente na Escritura. (Jo 5:42, Rm 7:18, 23, 8:7, Ef 4:18, 2Tm 3:2 – 4, Tt 1:15, Hb 3:12).
O Conceito Bíblico de pecado.
A história da raça humana que se apresenta nas Escrituras é primordialmente a história do homem num estado de pecado e rebelião contra Deus e do plano redentor de Deus para levar o homem de volta a Ele. Portanto, convém agora ponderar acerca da natureza do pecado que separa o homem de Deus.
O conceito bíblico de pecado vem do estudo das palavras usadas nos dois testamentos para falar do pecado. Existem pelo menos oito palavras básicas para falar de pecado no AT e uma dúzia no NT. Assim teríamos uma definição correta e final, ainda que muito longa. Talvez seja uma melhor idéia defini-lo da seguinte forma: Pecado é errar o alvo, maldade, rebelião, iniqüidade, desviar-se do caminho, impiedade, desgarrar-se, crime, desobediência à Lei, transgressão, ignorância e queda.
De maneira mais sucinta, pecado geralmente é definido como transgressão à Lei (1 João 3:4). Essa é uma definição correta quando entendermos o pecado em seu sentido mais amplo, ou seja, afastamento dos padrões estabelecidos por Deus. Augustus Strong apresenta um bom exemplo quando define pecado como “inconformidade à Lei moral de Deus, seja por meio de atos, disposição ou estado”.
Pecado também pode ser definido como algo contra o caráter de Deus. Buswell define assim: “Pecado pode ser definido como qualquer coisa na criatura que não expresse ou que seja contrário ao caráter santo do Criador”.
Certamente a principal característica do pecado é que ele é direcionado contra Deus. Qualquer definição que deixe de refletir isso não é bíblica. O lugar comum que considera os pecados divididos em categorias, como pecados contra a pés soa, contra os outros e contra Deus, acaba não enfatizando que, no final, todo pecado é contra Deus.
Não nos esqueçamos de que o pecado é terrível aos olhos de um Deus santo.
Habacuque disse de forma sucinta: “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar”. (Hc 1:13). Lembre-se de que o pecado é tão destrutivo que somente a morte do Filho de Deus pode retirá-lo (Jô 1:29).
Existem Graus de Pecado?
Serão alguns pecados piores do que os outros? A pergunta pode ser respondida de modo afirmativo ou negativo, dependendo do sentido que se lhe dê.
a) Culpa Legal: No tocante à nossa posição legal perante Deus, qualquer pecado, mesmo aquilo que nos pareça um pecado leve, torna-nos legalmente culpados perante Deus, e portanto, dignos de castigo eterno. Adão e Eva aprenderam isso no jardim do Éden, onde Deus lhes disse que um só ato de desobediência resultaria na pena de morte. E Paulo afirma que “o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação”. Esse único pecado tornou Adão e Eva pecadores perante Deus, já incapazes de permanecer na santa presença divina.

 

Portanto, em termos de culpa legal, todos os pecados são igualmente maus, pois nos fazem legalmente culpados perante Deus e nos constituem pecadores
 

b) Conseqüências na vida e no relacionamento com Deus: Por outro lado, alguns pecados são piores do que outros, pois trazem consequências mais danosas para nós e para os outros e, no tocante ao nosso relacionamento pessoal com Deus Pai, provocam-lhe desprazer e geram ruptura mais grave na nossa comunhão com Ele Segundo as Escrituras, porém, todos os pecados são ‘mortais’, pois mesmo o mais leve deles nos torna legalmente culpados perante Deus e merecedores do castigo eterno.
 

No entanto, até o mais grave dos pecados é perdoado quando a pessoa se entrega a Cristo em busca de salvação. Ou seja, os pecados podem variar segundo as conseqüências e o grau em que perturbam nosso relacionamento com Deus. No entanto, pecado, é pecado!
 

Pecado Imperdoável
Diversas passagens da escritura falam de um pecado que não pode ser perdoado, após o qual é impossível a mudança do coração e pelo qual não é necessário orar. É geralmente conhecido como pecado ou blasfêmia contra o Espírito Santo. O Salvador fala explicitamente dele em (Mt 12:31 – 32) e passagens paralelas, e em geral se pensa que (Hb 6:4 – 6, 10:26 – 27 e 1 Jo 5:16), também se referem a esse pecado.

 

Consequências do Pecado
 

A Bíblia nos ensina que o pecado afetou toda a criação de Deus, trazendo conseqüências tanto no céu como na terra.
 

No Céu: O pecado de Satanás afetou as regiões celestes contaminando aos anjos caídos que lutam contra os crentes (Efésios 6:11 – 12).
2. Na Terra: Por causa do pecado de Adão houve rompimentos nos relacionamentos do homem.
a. Do homem com Deus: Gênesis 3:8 – 10 (se esconderam de Deus)
b. Do homem com Ele mesmo: Gênesis 3:10 – 16 (Tiveram medo)
c. Do homem com seu semelhante (Humanidade): Eclesiastes 7:20; Gênesis 3:16 (Adão culpou Eva)
d. Do Homem com a Natureza: Gênesis 3:17 – 18; 9:1 – 3; Romanos 8:18 – 23 (Espinhos e Abrolhos)
Morte Espiritual
O pecado separa de Deus o homem, e isso quer dizer morte, pois é só na comunhão com o Deus vivo que o homem pode viver de verdade. A morte entrou no mundo por meio do pecado (Rm 5:12), e que o salário do pecado é a morte (Rm 6:23). A penalidade do
pecado certamente inclui a morte física, mas inclui muito mais que isso.

 

BIBLIOLOGIA

 

I - A BÍBLIA SAGRADA
1. Definição

Chama-se Bíblia o conjunto de sessenta e seis livros inspirados por Deus, aceitos pelas Igrejas Evangélicas como única regra de fé e prática do cristão.

2. A Divisão da Bíblia

A Bíblia Sagrada divide-se em duas grandes partes: O Velho e o Novo Testamento. A Palavra Testamento, relacionada à Bíblia Sagrada, significa Pacto ou Aliança.

3. Classificação dos livros da Bíblia

Classificamos os livros da Bíblia Sagrada da seguinte maneira:

a) Velho Testamento (39 livros)
I. Pentateuco (Os livros da Lei) - Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
II. Os Livros Históricos - Josué, Juízes, Rute, 1 Samuel, 2 Samuel, 1 Reis, 2 Reis, 1 Crônicas, 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.
III. Os Livros Poéticos - Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares.
IV. Os Livros Proféticos - Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel (Profetas Maiores); Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias (Profetas Menores).

Os títulos Profetas Maiores e Profetas Menores não têm relação com a importância do profeta nem com a sua mensagem, mas sim com a quantidade de capítulos e versículos, bem como quanto ao tempo de ministério do profeta no meio do povo de Israel.

b) Novo Testamento (27 livros)
I. Evangelhos - Mateus, Marcos, Lucas e João.
II. Livro Histórico - Atos dos Apóstolos.
III. Cartas Paulinas - Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito e Filemon.
IV. Carta aos Hebreus.
V. Epístolas Gerais - Tiago, 1 Pedro, 2 Pedro, 1 João, 2 João, 3 João e Judas.
VI. Livro da Revelação - Apocalipse.

4. A Inspiração da Bíblia

Por inspiração da Bíblia queremos dizer que Deus, na pessoa do Espírito Santo, influenciou de maneira sobrenatural os autores dos livros das Sagradas Escrituras, fazendo assim com que os seus relatos se convertessem em autênticos registros da revelação divina. Assim sendo, toda a Bíblia foi inspirada por Deus tanto verbal (2 Pe 1.20,21) quanto plenariamente (2 Tm 3.16).
Por Inspiração Verbal, queremos dizer que a influência do Espírito Santo foi além da direção dos pensamentos, chegando até a seleção das palavras usadas para transmitir a mensagem que foi registrada nos escritos originais.
Por Inspiração Plenária, queremos dizer que todas as palavras da Bíblia, desde a primeira do livro de Gênesis até a última do livro de Apocalipse, foram inspiradas por Deus.

5. Autoria e Tempo de Preparo da Bíblia

A Bíblia foi escrita por mais ou menos 40 escritores de diversos matizes culturais, num período de aproximadamente dezesseis séculos. O mais antigo escritor de livro da Bíblia foi Moisés e o mais recente, o apóstolo João.

6 - As Línguas Originais

O Velho Testamento foi escrito em quase sua totalidade em hebraico, a língua dos judeus, exceto pequenos trechos (Ed 4.8-6.18; 7.12-26; Dn 2.4-7.28; Jr 10.11) escritos em aramaico, a língua comercial da época. O Novo Testamento foi escrito em sua totalidade na língua grega, numa variação chamada de grego koinê, popular.


7 - O Personagem Central da Bíblia

O Senhor Jesus Cristo é o personagem central da Bíblia. Jesus é identificado nos livros das Sagradas Escrituras através dos tipos, das figuras, dos símbolos, das profecias diretas, de sua biografia e dos escritos dos seus apóstolos.
Vejamos a identificação de Jesus em cada livro da Bíblia Sagrada:

Gênesis – A Semente da Mulher
Êxodo – O Cordeiro Pascoal
Levítico – O Sacrifício Expiatório
Números – A Rocha
Deuteronômio – O Profeta Prometido
Josué – O Príncipe do Exército do Senhor
Juizes – O Libertador
Rute – O Parente Remidor
1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis e 1 e 2 Crônicas – O Rei de Israel
Esdras e Neemias – O Restaurador
Ester – O Advogado
Jó – O Redentor que Vive
Salmos – Tudo em Todos
Provérbios – A Sabedoria Divina
Eclesiastes – A Razão Suprema do Viver
Cantares – O Amado
Isaías até Malaquias – O Messias
Os Evangelhos (Mateus até João) – O Cristo
Atos dos Apóstolos – O Espírito
As Epístolas (Romanos até Judas) – Cabeça da Igreja
Apocalipse – O Alfa e o Ômega

8 – Como Devemos Ler a Bíblia Sagrada

A Bíblia deve ser lida com reverência, com interesse e com oração, procurando descobrir nela a vontade de Deus. No estudo da Bíblia, o leitor deve discernir o programa de Deus para cada época (Dispensação), a fim de evitar a aplicação de mandamentos que foram dados por Deus para nortear a vida em Dispensações passadas, e que para nós, que vivemos na Dispensação da Graça, não é obrigatório a sua guarda.

 

Hamartiologia - O Pecado

 

I - O PECADO
1- Definição

a) “Pecado é qualquer falta de conformidade com a Lei de Deus, ou a transgressão dessa Lei”.

b) Pecado é tudo aquilo que falamos, pensamos ou praticamos e que vai de encontro à vontade de Deus revelada em Sua Palavra.

2- Origem do Pecado

a) No Céu - O pecado teve origem no Céu, entre os anjos de Deus, quando Lúcifer, o querubim ungido, rebelou-se contra o Criador, sendo expulso do Céu juntamente com um terço dos anjos que o seguiram. (Is 14.12-17; Ez 28.11-19; Ap 12.3,4).

b) Na Terra - O pecado surgiu na terra quando os nossos primeiros pais, Adão e Eva, desobedeceram à ordem dada por Deus e comeram, por instigação do Diabo, do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. (Gn 2.16,17; 3.1-6,17).

3- As Conseqüências do Pecado de Adão

 O pecado dos nossos primeiros pais trouxe para eles e seus descendentes a morte, conforme Deus tinha dito. “... mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás. (Gn 2.16,17) "Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram”.(Rm 5.12).

 A morte, que é o salário do pecado (Rm 6.23), tem três dimensões:

a) Morte Física - É a separação da parte espiritual (alma e espírito) da parte material (o corpo). “E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”. (Ec 12.7). Veja ainda Gn 3.19.

b) Morte Espiritual - É a destituição no homem da glória de Deus. É a separação do homem de Deus. “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”.(Rm 3.23). Veja ainda Ef 2.1; Cl 2.13; Jo 5.24.

c) Morte Eterna -É a eterna separação do homem de Deus. Ela acontece quando a pessoa morre fisicamente, estando morto espiritualmente, isto é, separado de Deus, sem o perdão de seus pecados e sem a salvação de sua alma, que só pode ser proporcionada por nosso Senhor Jesus Cristo. “... quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu, com os anjos do seu poder, como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder,” (2 Ts 1.9). Veja ainda Dn 12.2; Mt 10.28; 25.41; Lc 16.22; Ap 20.15.

4- Abrangência do Pecado

a) Corrupção Total da Natureza Humana.
 O pecado atingiu o ser humano em sua totalidade - o seu corpo, a sua alma e o seu espírito. “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.(1 Ts 5.23). Veja ainda Is 1.4-6; Rm 7.15-20; Mt 15.18-20; Sl 51.5; Ef 2.3).

b) Propagação Universal
 O pecado propagou-se em todos os seres humanos, através de Adão e Eva. Isso quer dizer que a raça humana é uma raça pecadora; pois trazemos, quando nascemos, o germe do pecado em nosso coração. “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” (Rm 5.12). Veja ainda Rm 3.9-19,23; 5.17,18; Sl 51.5.
  
5- A Hediondez do Pecado

 O pecado é hediondo porque provoca as seguintes coisas:

a) Fere a Santidade de Deus 
 Deus é um Ser Puro, Santo, Imaculado e exige de suas criaturas morais (o homem e a mulher) santidade de vida. Qualquer pecado do ser humano fere frontalmente a santidade divina. “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: sede santos, porque eu sou santo”.(1 Pe 1.15,16). Veja ainda Lv 19.2; 20.7; Is 6.3).

b) Escraviza o homem 
 O homem foi feito por Deus uma criatura livre, mas o pecado se assenhoreou dele e o fez seu escravo.  “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado”.(Jo 8.34). Veja ainda Rm 6.16; 7.14; Cl 1.13.

c) Destrói no Homem a Imagem de Deus
 O pecado descaracteriza o homem, deformando a imagem de Deus, com a qual foi criado. “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”.(Rm 3.23). Veja ainda Gn 1.26,27; Ef 4.17-19,22.

d) Condena o Homem a Perdição Eterna
 O pecado, por causa de suas conseqüências, leva o homem a perdição eterna, caso ele não receba a salvação através de Jesus Cristo. “O salário do pecado é a morte...” (Rm 6.23). “E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disso, o juízo”. (Hb 9.27). Veja ainda Rm 5.12; Ez 18.4,20; Tg 1.15

III - A SALVAÇÃO

1- Definição

 É a manifestação da graça de Deus na vida de uma pessoa, através de Jesus Cristo, salvando-a da perdição eterna, quando ela, arrependida, num ato voluntário de fé aceita e crê em Jesus como seu único, suficiente e eterno Salvador.

2- A Concepção da Salvação

 A salvação do pecador perdido foi concebida pelo conselho da Santíssima Trindade, segundo o eterno propósito de Deus em CristoJesus, antes dos tempos eternos.  “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácido de sua vontade”  (Ef 1.4,5). Veja ainda 1 Pe 1.18-20; Ap 13.8; Ef 3.8-12; At 4.26-28.

3- O Fundamento da Salvação

 A salvação do pecador perdido está fundamentada no grandioso amor que Deus tem pelas suas criaturas morais. Esse amor, que é um dos atributos morais da Deidade, é o amor sacrificial, desinteressado, não circunstancial. É o amor eterno que Deus nos tem em CristoJesus “Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”.(Rm 5.8). “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". (Jo 3.16). Veja ainda Gl 2.20; 2 Ts 2.16; 1 Jo 4.8-10, 16,19; Ap 1.5).

4- A Realização do Ato Salvífico

 A salvação foi realizada por nosso Senhor Jesus Cristo, Filho Eterno de Deus, que veio a este mundo em carne e ofereceu a sua preciosa vida em sacrifício na cruz do Calvário, para nos salvar da perdição eterna, que pesava sobre o homem por causa de seus pecados. “E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem”. (Hb 5.9). Para autenticar o ato redentor feito pela Sua morte, Jesus ressuscitou dentre os mortos pelo poder de Deus. “... Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”. (1 Co 15.3,4).  (Jo 3.16; 1 Tm 1.15; 2.5; Hb  7.25; Ef 1.5-7; Cl 1.13,14; At 4.12).

5) O Oferecimento Gratuito da Salvação

 Deus em Cristo Jesus oferece, gratuitamente, a salvação a todos os pecadores perdidos. A salvação é um dom gratuito de Deus ao homem “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor”.(Rm 6.23). Veja ainda Tt 2.11; Is 55.1-3; Jo 7.37; Mt 11.28-30; Ef 2.8; Ap 22.17).

6) A Apropriação da Salvação

 Para se apropriar da salvação dois passos são exigidos por Deus ao ser humano: o primeiro é o arrependimento e o segundo é a fé. “... Arrependei-vos e crede no evangelho”.(Mc 1.15).

a) O Arrependimento - Deus exige que o ser humano, para receber dEle o perdão, arrependa-se de seus pecados, isto é, reconheça a sua condição de pecador perdido aos olhos do Todo-Poderoso e tome a firme decisão de abandonar a vida pecaminosa. “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam,” (At 17.30). Veja ainda: Lc 15.17-20; 18.13; 24.47; Mc 1.15) .

b) A fé (Crer em Jesus e aceitá-Lo como Salvador) - O outro passo que deve ser tomada é o passo da fé. A salvação oferecida, gratuitamente, por Deus ao pecador perdido, deve ser recebida ou aceita pela fé. O pecador, arrependido, deve aceitar e crer em Jesuscomo seu único, suficiente e eterno Salvador. “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome”.(Jo 1.12). Veja ainda: Mc 1.15; Mc 16.15,16; Ef 2.8; At 16.31; Rm 5.1; 10.8-11; Gl 2.16; 3.11.

7) O Alcance da Salvação

 Assim como o pecado atingiu toda a estrutura do ser humano (corpo, alma e espírito), assim também, a salvação alcança o homem integralmente. Para um grande mal, o maior dos remédios. A Bíblia diz em 1 Ts 5.23: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.Veja ainda: 1 Co 15.53,54; 5.4,5; Lc 1.46,47.

a) Para o corpo, a salvação garante glorificação (Fp 3.20,21: 1 Co 15.50-54) 
b) Para a alma, a salvação proporciona o perdão (Ef 4.32; 1 Jo 2.12).
c) Para o espírito, a salvação proporciona uma vivificação (Ef 2.1, 2, 5; Rm 6.11).

8) A Posse da Salvação

 A salvação é gozada neste mundo, a partir do momento em que a pessoa arrependida crer em Jesus como seu Salvador pessoal, e tem um prolongamento por toda a eternidade através da vida eterna dada por Deus.  “E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos”.(Jo 10.28). “Estas coisas vos escrevi, para que saibais que tendes a vida eterna e para que creiais no nome do Filho de Deus”.(1 Jo 5.13). Veja ainda: Jo 5.24; 3.16; 6.47; Lc 23.43; 1 Jo 5.11,12.


9) As Bênçãos Decorrentes da Salvação

 Grandes são as bênçãos decorrentes da salvação:

a) Perdão dos Pecados - No ato da conversão, todos os pecados da pessoa são perdoados pelo poder do sangue de Jesus. “E ele (Jesus) é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”.(1 Jo 2.2). Veja ainda: Ef 4.32; Cl 2.13; 3.13; Mt 9.2; 1 Jo 2.12; Sl 32.1.

b) Justificação - No ato da conversão a pessoa é declarada justificada diante de Deus pela imputação da justiça de Cristo. “Tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus”.(Rm 3.26). Veja ainda: Rm 3.24,28; 5.1,9; 8.30,33; Tt 3.7.

c) Redenção - Quando da conversão a pessoa é resgatada da escravidão do pecado e do poder do Diabo e transportada, espiritualmente, para o Reino da Luz, graças ao poder redentor do sangue de Jesus derramado na cruz do Calvário. “Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo”, (1 Pe 1.18,19). Veja ainda: Rm 3.24; 1 Co 1.30; Ef 1.7; Cl 1.14; Hb 9.12; 1 Co 6.20; 7.23.

d) Regeneração - No ato da conversão, a pessoa é regenerada, transformada em uma nova criatura, nascendo de novo pela instrumentalidade do Espírito Santo. “Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador”.(Tt 3.5,6). Veja ainda: Jo 3.3; 1 Pe 1.3,23; 2 Co 5.17.

e) Adoção - Quando a pessoa se converte ela é adotada por Deus como filho, passando a gozar, a partir daí, de todos os direitos e privilégios inerentes a nova relação estabelecida com o Pai Celestial. Isso implica também na responsabilidade que recai sobre o crente de viver conforme o Evangelho de Cristo. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome”.(Jo 1.12). Veja ainda: Rm 8.15; Gl 4.5-7; Ef 1.5; 1 Jo 3.1,2.

f) Reconciliação - No ato da salvação, a pessoa é reconciliada com Deus por intermédio de Jesus Cristo, desfazendo-se, assim, a inimizade que existia entre Deus e o homem por causa do pecado. “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação”.(2 Co 5.18,19). Veja ainda: 1 Tm 2.5; Rm 5.10,11; Ef 2.12-19; Cl 1.20; Hb 9.15; 12.24.

g) Santificação - No ato da conversão, a pessoa é purificada de seus pecados numa ação instantânea da graça de Deus. Isto é chamado de Santificação Posicional. A santificação posicional depende exclusivamente de Deus. . “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.(1 Ts 5.23). Daí por diante o crente tem que se esforçar para manter o seu coração puro diante de Deus. Chama-se essa fase da santificação, que depende do crente, de Santificação Experimental. “Disse Josué também ao povo: Santificai-vos, porque amanhã fará o Senhor maravilhas no meio de vós”.(Js 3.5). Veja ainda para os dois casos os textos a seguir: 1 Jo 1.9; 1 Co 6.11; Hb 10.10,29; 1 Ts 4.3,7.

h) Glorificação - No programa de Deus, em relação à Igreja, há uma bênção futura para todo o crente, que é a redenção ou glorificação do corpo. Isso quer dizer que todos os salvos, quando do arrebatamento da Igreja, terão os seus corpos glorificados, habilitando-os, assim, a viverem para sempre com o Senhor. “Pois a nossa pátria está nos Céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas”.(Fp 3.20,21). Veja ainda: Rm 8.17,30; Cl 3.4; 1 Pe 5.1; 1 Jo 3.2; Ef 5.27; 1 Co 15.53-57.

 

III - A SALVAÇÃO

1- Definição

É a manifestação da graça de Deus na vida de uma pessoa, através de Jesus Cristo, salvando-a da perdição eterna, quando ela, arrependida, num ato voluntário de fé aceita e crê em Jesus como seu único, suficiente e eterno Salvador.

2- A Concepção da Salvação

A salvação do pecador perdido foi concebida pelo conselho da Santíssima Trindade, segundo o eterno propósito de Deus em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos. “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácido de sua vontade” (Ef 1.4,5). Veja ainda 1 Pe 1.18-20; Ap 13.8; Ef 3.8-12; At 4.26-28.

3- O Fundamento da Salvação

A salvação do pecador perdido está fundamentada no grandioso amor que Deus tem pelas suas criaturas morais. Esse amor, que é um dos atributos morais da Deidade, é o amor sacrificial, desinteressado, não circunstancial. É o amor eterno que Deus nos tem em Cristo Jesus “Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”.(Rm 5.8). “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". (Jo 3.16). Veja ainda Gl 2.20; 2 Ts 2.16; 1 Jo 4.8-10, 16,19; Ap 1.5).

4- A Realização do Ato Salvífico

A salvação foi realizada por nosso Senhor Jesus Cristo, Filho Eterno de Deus, que veio a este mundo em carne e ofereceu a sua preciosa vida em sacrifício na cruz do Calvário, para nos salvar da perdição eterna, que pesava sobre o homem por causa de seus pecados. “E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem”. (Hb 5.9). Para autenticar o ato redentor feito pela Sua morte, Jesus ressuscitou dentre os mortos pelo poder de Deus. “... Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”. (1 Co 15.3,4). (Jo 3.16; 1 Tm 1.15; 2.5; Hb 7.25; Ef 1.5-7; Cl 1.13,14; At 4.12).

5) O Oferecimento Gratuito da Salvação

Deus em Cristo Jesus oferece, gratuitamente, a salvação a todos os pecadores perdidos. A salvação é um dom gratuito de Deus ao homem “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor”.(Rm 6.23). Veja ainda Tt 2.11; Is 55.1-3; Jo 7.37; Mt 11.28-30; Ef 2.8; Ap 22.17).

6) A Apropriação da Salvação

Para se apropriar da salvação dois passos são exigidos por Deus ao ser humano: o primeiro é o arrependimento e o segundo é a fé. “... Arrependei-vos e crede no evangelho”.(Mc 1.15).

a) O Arrependimento - Deus exige que o ser humano, para receber dEle o perdão, arrependa-se de seus pecados, isto é, reconheça a sua condição de pecador perdido aos olhos do Todo-Poderoso e tome a firme decisão de abandonar a vida pecaminosa. “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam,” (At 17.30). Veja ainda: Lc 15.17-20; 18.13; 24.47; Mc 1.15) .

b) A fé (Crer em Jesus e aceitá-Lo como Salvador) - O outro passo que deve ser tomada é o passo da fé. A salvação oferecida, gratuitamente, por Deus ao pecador perdido, deve ser recebida ou aceita pela fé. O pecador, arrependido, deve aceitar e crer em Jesus como seu único, suficiente e eterno Salvador. “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome”.(Jo 1.12). Veja ainda: Mc 1.15; Mc 16.15,16; Ef 2.8; At 16.31; Rm 5.1; 10.8-11; Gl 2.16; 3.11.

7) O Alcance da Salvação

Assim como o pecado atingiu toda a estrutura do ser humano (corpo, alma e espírito), assim também, a salvação alcança o homem integralmente. Para um grande mal, o maior dos remédios. A Bíblia diz em 1 Ts 5.23: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.Veja ainda: 1 Co 15.53,54; 5.4,5; Lc 1.46,47.

a) Para o corpo, a salvação garante glorificação (Fp 3.20,21: 1 Co 15.50-54)
b) Para a alma, a salvação proporciona o perdão (Ef 4.32; 1 Jo 2.12).
c) Para o espírito, a salvação proporciona uma vivificação (Ef 2.1, 2, 5; Rm 6.11).

8) A Posse da Salvação

A salvação é gozada neste mundo, a partir do momento em que a pessoa arrependida crer em Jesus como seu Salvador pessoal, e tem um prolongamento por toda a eternidade através da vida eterna dada por Deus. “E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos”.(Jo 10.28). “Estas coisas vos escrevi, para que saibais que tendes a vida eterna e para que creiais no nome do Filho de Deus”.(1 Jo 5.13). Veja ainda: Jo 5.24; 3.16; 6.47; Lc 23.43; 1 Jo 5.11,12.


9) As Bênçãos Decorrentes da Salvação

Grandes são as bênçãos decorrentes da salvação:

a) Perdão dos Pecados - No ato da conversão, todos os pecados da pessoa são perdoados pelo poder do sangue de Jesus. “E ele (Jesus) é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”.(1 Jo 2.2). Veja ainda: Ef 4.32; Cl 2.13; 3.13; Mt 9.2; 1 Jo 2.12; Sl 32.1.

b) Justificação - No ato da conversão a pessoa é declarada justificada diante de Deus pela imputação da justiça de Cristo. “Tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus”.(Rm 3.26). Veja ainda: Rm 3.24,28; 5.1,9; 8.30,33; Tt 3.7.

c) Redenção - Quando da conversão a pessoa é resgatada da escravidão do pecado e do poder do Diabo e transportada, espiritualmente, para o Reino da Luz, graças ao poder redentor do sangue de Jesus derramado na cruz do Calvário. “Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo”, (1 Pe 1.18,19). Veja ainda: Rm 3.24; 1 Co 1.30; Ef 1.7; Cl 1.14; Hb 9.12; 1 Co 6.20; 7.23.

d) Regeneração - No ato da conversão, a pessoa é regenerada, transformada em uma nova criatura, nascendo de novo pela instrumentalidade do Espírito Santo. “Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador”.(Tt 3.5,6). Veja ainda: Jo 3.3; 1 Pe 1.3,23; 2 Co 5.17.

e) Adoção - Quando a pessoa se converte ela é adotada por Deus como filho, passando a gozar, a partir daí, de todos os direitos e privilégios inerentes a nova relação estabelecida com o Pai Celestial. Isso implica também na responsabilidade que recai sobre o crente de viver conforme o Evangelho de Cristo. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome”.(Jo 1.12). Veja ainda: Rm 8.15; Gl 4.5-7; Ef 1.5; 1 Jo 3.1,2.

f) Reconciliação - No ato da salvação, a pessoa é reconciliada com Deus por intermédio de Jesus Cristo, desfazendo-se, assim, a inimizade que existia entre Deus e o homem por causa do pecado. “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação”.(2 Co 5.18,19). Veja ainda: 1 Tm 2.5; Rm 5.10,11; Ef 2.12-19; Cl 1.20; Hb 9.15; 12.24.

g) Santificação - No ato da conversão, a pessoa é purificada de seus pecados numa ação instantânea da graça de Deus. Isto é chamado de Santificação Posicional. A santificação posicional depende exclusivamente de Deus. . “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.(1 Ts 5.23). Daí por diante o crente tem que se esforçar para manter o seu coração puro diante de Deus. Chama-se essa fase da santificação, que depende do crente, de Santificação Experimental. “Disse Josué também ao povo: Santificai-vos, porque amanhã fará o Senhor maravilhas no meio de vós”.(Js 3.5). Veja ainda para os dois casos os textos a seguir: 1 Jo 1.9; 1 Co 6.11; Hb 10.10,29; 1 Ts 4.3,7.

h) Glorificação - No programa de Deus, em relação à Igreja, há uma bênção futura para todo o crente, que é a redenção ou glorificação do corpo. Isso quer dizer que todos os salvos, quando do arrebatamento da Igreja, terão os seus corpos glorificados, habilitando-os, assim, a viverem para sempre com o Senhor. “Pois a nossa pátria está nos Céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas”.(Fp 3.20,21). Veja ainda: Rm 8.17,30; Cl 3.4; 1 Pe 5.1; 1 Jo 3.2; Ef 5.27; 1 Co 15.53-57.

Apologética - A Santificação

 

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IV - A SANTIFICAÇÃO

1- Definição

a) “Santificação é a obra da livre graça de Deus, pela qual somos renovados no homem interior, segundo a imagem de Deus, e habilitados a morrer cada vez mais para o pecado e viver para retidão”.”

b) “Santificação é aquela operação graciosa e contínua do Espírito Santo pela qual ele purifica o pecador da contaminação do pecado, renova toda a sua natureza à imagem de Deus, e o habilita a praticar boas obras”.

2 - Classificação

a) Posicional (ocorrida no ato da conversão). Todo o salvo é chamado de santo ou de santificado em Cristo Jesus. “À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso SenhorJesus Cristo, Senhor deles e nosso”.(1 Co 1.2).  Veja ainda: Rm 1.7; 2 Co 1.1; Ef 1.1; Fp 1.1; Cl 1.2; 1 Co 6.10,11.

b) Experimental (um processo que nos acompanhará por toda a nossa existência terrena). “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”.(Pv  4.18). Veja ainda: 1 Ts 5.23; 3.13; Rm 12.1,2; Fp 1.29; Ef 2.21; 1 Pe 2.2; 2 Pe 3.18.

3 -  Abrangência da Santificação

a) O Interior da Pessoa - Assim como o pecado tem origem no interior da pessoa, assim também a obra de santificação deve começar por aí, pois é do coração que procedem as saídas da vida. “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem asfontes da vida”.(Pv 4.23). Veja ainda: Mt 23.25,26; Mt 7.17-20; Sl 19.14; 1 Ts 5.23.

b) O Exterior da Pessoa - A obra de santificação abrange também a vida exterior da pessoa, ou seja, os usos e costumes. “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”.(Mt 5.16). Veja ainda: 1 Ts 5.23; 1 Co 6.20; 1 Pe 1.15; Fp 2.15.

4 - Os Agentes da Santificação

a) O Agente Divino (Deus, através da ação poderosa do Espírito Santo, é quem gera um viver santificado no salvo). O Senhor Jesus orou ao Pai em favor da Sua Igreja, dizendo: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”.(Jo 17.17). Veja ainda: 1 Ts 5.23; Rm 1.4; Ef 5.26; 2 Ts 2.13; 1 Jo 1.7.

b) O Agente Humano (o salvo também é responsável pela santificação de sua vida, colaborando assim na grande obra de um viver que agrade ao Todo-Poderoso). “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”.(Hb 12.14). Veja ainda: 1 Ts 4.3,7; Js 3.5; 1 Pe 1.15; Ef 4.17-32.

5 - Os Recursos Usados para a Santificação

     Deus, na sua graça, pôs a nossa disposição poderosos recursos para vivermos uma vida santificada, senão vejamos:

a) A Palavra de Deus - A Bíblia Sagrada é um dos poderosos instrumentos usados por Deus para santificar a vida do crente. “De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra”.(Sl 119.9). “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”.(Jo 17.17). Veja ainda: Hb 4.12; Ef 5.26,27; 2 Tm 3.16,17.

b) O Espírito Santo - A terceira pessoa da Santíssima Trindade, O Espírito Santo, nos foi dado por Deus também para trabalhar na área de santificação da vida. Ele habitando no crente, que é parte do plano de Deus na Dispensação da Graça, é o grande motivador de uma vida de santidade. “Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito”.(Rm 8.5). Veja ainda: Rm 8.6; Gl 5.22,23; 5.16,17; Tg 4.4,5.

c) A Oração - A oração sincera, feita em nome de Jesus, é outro poderoso instrumento que Deus usa para santificar a vida da pessoa salva. “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”.(Mt 26.41).  Veja ainda: Ef 6.18; Lc 22.31,32; Tg 5.16; 1 Ts 5.17; Cl 4.2; Ef 3.14-20.

d) O Sangue do Senhor Jesus Cristo - O sangue de nosso Senhor Jesus Cristo foi derramado na cruz do Calvário para nossa eterna redenção e contínua purificação de nossos pecados. Há um glorioso poder purificador no sangue de Jesus. “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” (1 Jo 1.7). “... Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados,...” (Ap 1.7). Veja ainda: 1 Jo 1.7; Hb 9.14; 13.12; 10.10,14.

6 - A Razão de Ser da Santificação

a) Por Causa da Santidade de Deus - A santificação se faz necessária na vida do crente devido a um dos atributos morais de Deus, a Sua santidade. “... Como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver”.(1 Pe 1.15). Veja ainda: 1 Pe 1.16; Lv 11.44; 19.2; 20.7; 1 Jo 3.3: Mt 5.48.

b) Por Causa da Glória de Deus - Nós, o povo de Deus, temos uma grande missão neste mundo, que é glorificar o nome do Senhor nosso Deus, principalmente, com a nossa maneira de viver. “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”.(Mt 5.16). Veja ainda: 1 Pe 2.12; Jo 15.8; 1 Co 6.20; 10.31; Fp 1.27.

c) Por Causa da Necessidade de Sermos Usados por Deus - Nós fomos salvos para servir a Deus neste mundo. A Igreja é o instrumento usado por Deus para fazer as virtudes de nosso Senhor Jesus Cristo conhecidas de todos; e Ele só pode nos usar se vivermos uma vida de santificação. “Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra”.(2 Tm 2.21). Veja ainda: Ez 22.30; Is 52.11; Is 6.5-8; Js 3.5.
 
7 - A Santificação Plena (Perfeição)

 A santificação plena que nós chamamos também de perfeição, no programa de Deus, é um ato futuro, e ocorrerá quando da segunda vinda  de Jesus e o consequente arrebatamento dos crentes com corpos glorificados. “E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.” (1 Co 15.54). Veja ainda: 1 Co 13.10,12; 15.47-53; Pv 4.18.
 

Eclesiologia - Igreja

 

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V - A IGREJA

1 - O Significado da Palavra

 A palavra Igreja é de origem grega (ekklesia) e significa grupo de pessoas tiradas para fora.

2 - Sua Fundação

 A Igreja foi fundada, oficialmente, no dia de Pentecostes, quando da descida do Espírito Santo sobre aqueles quase 120 irmãos que estavam reunidos no Cenáculo, na cidade de Jerusalém. (At 1.12-15; 2.1). Observemos que Jesus, em Mateus 16.18, tinha dito que sobre aquela pedra (a afirmativa dita por Pedro - “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!") edificaria a Sua Igreja, o que aconteceu naquela festividade judaica. (At 2.1-4).

3 - Seu Alicerce

 A Igreja tem como alicerce a pessoa gloriosa do Senhor Jesus Cristo. Ele é a pedra angular, eleita e preciosa, na qual todo o edifício é construído. “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que está posto, o qual é Jesus Cristo”.(1 Co 3.11). “Por isso, na Escritura se diz: Eis que ponho em Sião uma principal pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é a preciosidade; mas para os descrentes, a pedra que os edificadores rejeitaram, esta foi posta como a principal da esquina”.(1 Pe 2.6,7). “... Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo... sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do hades não prevalecerão contra ela”.(Mt 16.16-18).

4 - Sua Natureza

 A Igreja é um organismo vivo e, como organismo, é o corpo imortal do Cristo vivo, sendo Ele mesmo a cabeça da Igreja. Dele flui a vida espiritual que mantém vivo esse organismo. “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual o corpo inteiro bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, efetua o seu crescimento para a edificação de si mesmo em amor”. (Ef 4.15,16). Veja, ainda, Ef 1.22,23; 1 Co 12.12-27; Ef 5.23. 
 Para edificação da Igreja, o Senhor Jesus instituiu ministérios e ofícios dentro dela, para que ela tivesse um crescimento harmonioso. “E a uns pôs Deus na Igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”. (1 Co 12.28). “E Ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do Corpo de Cristo”. (Ef 4.11,12). Além dos ministérios acima, foram instituído pelo Senhor, para auxiliar a administração da Igreja local, os ofícios de Presbítero e de Diácono, cabendo ao primeiro a 
atividade de governo e ao último a de beneficência.”Por esta causa te deixei em Creta para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi.” (Tt 1.5). “Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço;” (At 6.3).

5 - Sua Dimensão
 
 A Igreja, em sua dimensão, divide-se em Igreja Universal ou Invisível, Igreja Visível ou Militante e Igreja Local.

a) A Igreja Universal ou Invisível - É aquela que já está formada no plano de Deus desde a eternidade. Esta Igreja é formada de todos os salvos, em todas as épocas da Dispensação da Graça, os do passado, os que estão vivos e aqueles que irão ainda ser salvos no futuro. “Mas tendes chegado... a universal assembléia e igreja dos primogênitos arrolados nos céus...” (Hb 12.22,23). “E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”.(Ap 13.8).
b) A Igreja Visível ou Militante - É aquela que se encontra espalhada pelo mundo, em todas as Igrejas Locais e até fora delas, lutando pelo progresso do Evangelho. “Paulo... à Igreja de Deus que está em Corinto,... com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso SenhorJesus Cristo, Senhor deles e nosso”. (1 Co 1.1,2).
c) A Igreja Local - É aquela Igreja organizada num determinado local, geograficamente falando, com todas as condições de funcionarem como uma instituição devidamente organizada, segundo critérios estabelecidos na santa Palavra de Deus. “Dizendo: o que vês escreve em livro e manda às sete Igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia”. (Ap 1.11). Veja ainda: Rm 1.7; 1 Co 1.2; Ef 1.1; Fp 1.1; Cl 1.1; 1 Ts 1.1.

6 - Sua Administração

 Para administrar a Igreja local, o Senhor instituiu os ofícios de Pastor, Presbíteros e Diáconos, cabendo ao primeiro a superintendência geral do trabalho, ao segundo a coadjuvância no governo da Igreja e ao terceiro a administração da beneficência.  Este é  o  modelo  bíblico  de  administração de uma Igreja Local. “E ele mesmo deu uns para... pastores...” (Ef 4.11). “Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a Palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram”. (Hb 13.7). “Por esta causa te deixei em Creta para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi”. (Tt 1.5). “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina”. 1 Tm 5.17). “Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria aos quais encarregaremos deste serviço (beneficência). (At 6.3). “Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam irrepreensíveis, de uma só palavra...” (1 Tm 3.8).

7 - Sua Finalidade

 A Igreja foi fundada por Jesus Cristo com finalidades específicas, a saber:
a) Prestar culto a Deus - “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”.(Rm 12.1). “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome”.(Hb 13.15).

b) Anunciar o Evangelho e fazer discípulos - “E disse-lhes Jesus: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”. (Mc 16.15). “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.(Mt 28.19).
 
c) Edificar a vida espiritual dos seus membros - “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado, pelo auxílio de toda a junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor”.”(Ef 4.15, 16).

d) Cuidar da Beneficência - “Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Então os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a Palavra de Deus para servir às mesas. Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço.”(At 6.1-3)”.Recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também me esforcei por fazer.” (Gl 2.10).

8 - Seu Futuro

 O futuro da Igreja é glorioso. Ela hoje aguarda, pacientemente, o dia em que, segundo o propósito eterno de Deus, será revestida de glória, como noiva que é do Cordeiro de Deus.  “Quando Cristo,  que  é a  nossa vida,  se  manifestar, então vós também sereis manifestados  com  ele  em glória.” (Cl 3.4). “E todos  com  o  rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.” (2 Co 3.18). “O qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo de sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas”.(Fp 3.21).

 

Eclesiologia I - O Batismo Cerimonial

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VII - BATISMO CERIMONIAL
 O Senhor Jesus mandou que a Sua Igreja batizasse aquelas pessoas que cressem no Seu nome. “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. (Mt 28.19).

1- Seu Significado

 O Batismo Cerimonial “É uma manifestação externa de uma graça interna.”  É o testemunho público da fé que a pessoa tem no Senhor JesusCristo.

2. Seu Simbolismo

 O Batismo Cerimonial com água simboliza a ação purificadora do sangue de Jesus Cristo na vida do salvo, ou ainda, o lavar regenerador e renovador produzido pelo Espírito Santo no pecador perdido no ato da conversão. Veja Hb 9.13,14; Tt 3.5,6; 1 Pe 1.2; Ez 36.25.

3. A Sua Obrigatoriedade

 O Batismo Cerimonial é obrigatório porque é uma ordenança deixada por Jesus à Sua Igreja. “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. (Mt 28.19). Veja ainda: At 2.38; 8.36-38; 10.47,48.

4. Maneiras de Realizar o Batismo

 Há uma divergência muito grande, no meio evangélico, quanto à maneira de realização do batismo. As maiores polêmicas giram em torno da imersão e da aspersão. Nós pentencostais, batizamos por imersão considerando que, na análise dos textos bíblicos sobre o assunto.

5. Em que Nome Deve Ser Realizado?

 O Batismo Cerimonial deve ser realizado em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, isto é, em nome da Santíssima Trindade, conforme o ensino de nosso Senhor Jesus Cristo encontrado em Mateus 28.19,20.

6. Por Quem Deve Ser Administrado?

 O batismo cerimonial deve ser administrado por um Ministro Evangélico, devidamente credenciado. Lembremo-nos que a ordem de batizar aos que cressem foi dada aos Apóstolos, ministros devidamente credenciados pelo Senhor Jesus para pregarem o Evangelho e realizarem atos pastorais.  (Mt 28.19; At 2.38; 8.38; 16.33; 1 Co 1.14,16).

7. Quem Deve Ser Batizado?

 O batismo deve ser administrado naquelas pessoas que crêem no Senhor Jesus Cristo como único e suficiente Salvador. “... Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus... e Filipe o batizou”. (At 8.36). Veja ainda, o caso do carcereiro que foi batizado após aceitar Jesus como Salvador pessoal. (At 16.30-33). Veja ainda At 8.12,13.
 
8. Quando Deve Ser Administrado o Batismo?

 O Batismo deve ser administrado nos que crêem, após uma pública profissão de fé. “... E, respondendo ele (o eunuco), disse: Creio que JesusCristo é o Filho de Deus... e (Filipe) o batizou”.(At 8.37,38). Veja ainda 16.30-33.
 Para minimizar o problema de batizar uma pessoa que não seja convertida, manda o bom senso e a prudência que os candidatos ao batismo freqüentem uma classe onde seja ministrado um curso de preparação para o batismo.


9. Sua Finalidade

 O batismo Cerimonial tem as seguintes finalidades:

a) Obedecer a uma ordem deixada por Jesus;
b) Testemunhar publicamente da nova vida do salvo;
c) Unir o crente a Igreja local e visível.

O Batismo Cerimonial une o crente a Igreja visível e local, habilitando-o a participar da Ceia Memorial, bem como, atribuindo-lhe os direitos e as responsabilidades inerentes a esta união. (Mt 28.19,20; At 2.41).

10. Suas Limitações

 O Batismo Cerimonial não salva nem complementa nada na salvação de alguém, isto quer dizer que ele não tem poder salvífico. A salvação é uma dádiva de Deus recebida unicamente pela fé em Jesus Cristo. (Ef 2.8; Rm 1.16,17; At 16.31). O Batismo também não fará o crente mais santificado, nem mais forte, nem mais abençoado. (Lc 23.42,43). Então, perguntaria alguém, por que batizar se o batismo não tem virtude salvadora nem santificadora? A resposta a esta pergunta é simples: Batizamos as pessoas porque Jesus mandou que os que cressem nEle fossem batizados (Mt 28.18,20).
 

Eclesiologia II - Ceia do Senhor

 

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VIII - A CEIA DO SENHOR

 A Ceia Memorial, juntamente com o Batismo, é uma ordenança deixada por nosso Senhor Jesus Cristo para ser observada pela Sua Igreja.

1. O Seu Significado

 A Ceia do Senhor é um símbolo memorial da morte redentora de nosso Senhor Jesus Cristo. “Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, ate que venha.” (1 Co 11.26). Veja ainda: 1 Co.11:23-25; Mt 26.26-30; Mc 14.22-26; Lc. 22:14-20.

2. A Sua Obrigatoriedade

 Assim como o Batismo é uma ordenança do Senhor Jesus para a Igreja, assim também o é a Ceia do Senhor. “... Fazei isto... em memória de mim”. (1 Co 11:23-25; Lc. 22:19,20).

3. Os Seus Elementos

 Na Ceia do Senhor devem ser usados apenas dois elementos: o pão e o vinho (suco de uva). Cada um tem o seu significado específico. O pão simboliza o corpo de Jesus que foi partido em nosso lugar. . “... o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.”. O vinho representa o sangue de Jesus que foi derramado na cruz do Calvário para nossa eterna redenção e contínua purificação de nossos pecados. “... Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim”.(1 Co 11.23,24). Veja ainda Mt 26:26-28; Mc 14:22-24; Lc 22:19, 20.
   

 

4. Os Seus Participantes

 Só devem participar da Ceia do Senhor aquelas pessoas crentes, batizadas na mesma fé e ordenança e ou filiadas a uma Igreja local e que estejam em comunhão com Deus e com a Igreja a que pertencem e a da qual participem. (Mt 26.26,27; Mc 14.22,23; Lc 22.19,20; 1 Co 11.28).

5. A Sua Mensagem

 Quando a Ceia do Senhor é celebrada, são anunciadas duas grandes mensagens: Uma, redentora, a morte de Jesus. A outra escatológica, a sua segunda vinda. “Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.” (1 Co 11.26).

6. Os Seus Resultados

 Deus abençoa o Seu povo quando participa da Ceia do Senhor dignamente. Por outro lado, a Bíblia revela alguma espécie de juízo na vida do crente quando o mesmo participa dela indignamente, não discernindo nela a obra redentora realizada por Jesus. “De modo que qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor”. (1 Co 1.27). “Pois quem come e bebe  sem  discernir  o corpo, come e bebe juízo para si.   Eis a razão porque há entre vós muitos fracos e doentes, e não poucos que dormem”. (1 Co 11.29,30.) “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”.(At 2.42,46).

 

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